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Bósnia sepulta mais vítimas 18 anos após massacre

País enterrou mais 409 vítimas do massacre de Srebrenica 18 anos após a pior atrocidade na Europa desde o Holocausto

Bósnios carregam caixões de mais 409 vítimas do massacre de Srebrenica, no memorial de Potocari, perto de Srebrenica, nesta quinta-feira (Dado Ruvic/Reuters)

Bósnios carregam caixões de mais 409 vítimas do massacre de Srebrenica, no memorial de Potocari, perto de Srebrenica, nesta quinta-feira (Dado Ruvic/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2013 às 21h00.

Potocari - A Bósnia enterrou mais 409 vítimas do massacre de Srebrenica nesta quinta-feira, mas, 18 anos após a pior atrocidade na Europa desde o Holocausto, o país continua atolado em disputas étnicas enquanto outros países envolvidos no conflito avançaram.

Com a participação de milhares de pessoas em luto, caixões envoltos em pano verde foram passados de mão em mão por homens bósnios muçulmanos para serem enterrados no memorial de Potocari, uma floresta de lápides de mármore branco e de madeira que agora somam 6066.

Cerca de 8 mil homens e meninos muçulmanos foram mortos por forças sérvias da Bósnia em cinco dias em 1995, praticamente no fim de uma guerra que eclodiu em 1992 com o colapso da Iugoslávia que matou 100 mil pessoas.

"Sinto que estou perdendo eles novamente hoje", disse Ramiza Siljkovic, de 62 anos, ajoelhada sobre duas sepulturas recém cavadas para os restos mortais de seus dois filhos. "Apenas um punhado de seus ossos foi recuperado a partir de duas valas comuns." Vários corpos ainda têm de ser encontrados, após o que se tornou o pior assassinato em massa da Europa desde o Holocausto nazista contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O aniversário do massacre nesta quinta-feira coincide com mudanças dramáticas nos Bálcãs. A vizinha e ex-república iugoslava Croácia se juntou à União Europeia em 1 de julho, e a Sérvia está a caminho da adesão ao bloco, após um acordo com o Kosovo, sua ex-província de etnia albanesa.

A Bósnia, no entanto, está atrás de seus vizinhos, ainda refém da politicagem étnica dos líderes rivais sérvios, croatas e muçulmanos, o que tem sufocado o desenvolvimento e mantido o país definhando às margens da Europa.

O massacre foi o ponto alto de uma política de limpeza étnica praticada por forças sérvias da Bósnia lideradas pelo comandante Ratko Mladic a fim de formar um Estado sérvio puro, sem a diversidade popular da Bósnia.

"Vítimas inocentes e indefesas foram confrontadas com o ódio frio e implacável dos criminosos semelhantes às dos campos nazistas da Alemanha de Hitler", disse Bakir Izetbegovic, o membro muçulmano da Presidência tripartite da Bósnia.

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