Bósnia detém ex-militares suspeitos de crime de guerra
Militares e policiais sérvios são suspeitos de participarem da perseguição de centenas de bósnios durante o início da guerra civil no país
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 09h37.
Sarajevo - A polícia da Bósnia deteve nesta segunda-feira 13 ex-militares e policias bósnios sérvios suspeitos de participarem no assassinato e perseguição de centenas de bósnios croatas e bósnios muçulmanos durante o início da guerra civil no país, entre 1992 e 1995.
O caso foi entregue a promotores bósnios do tribunal de crimes de guerra da ONU , sediado em Haia, que, antes do encerramento de seus trabalhos de 20 anos, tem direcionado vários casos para os judiciários dos países da ex-Iugoslávia.
Entre os detidos estão vários dos principais oficiais de alto escalão da polícia e membros de um grupo militar da época suspeitos de cometerem crimes de guerra nas cidades de Teslic e Doboj, no norte do país, disse o gabinete da promotoria em comunicado. Os detidos são acusados de assassinar pelo menos 40 croatas e bósnios muçulmanos, além de "perseguir, forçar à fuga e deter ilegalmente várias centenas de pessoas, assim como a pilhagem e destruição de propriedades de vítimas croatas e muçulmanas bósnias na região", disse o comunicado.
Como parte de sua estratégia de encerramento dos trabalhos, o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, estabelecido em 1993 para julgar crimes de guerra cometidos nas guerras dos Bálcãs nos anos 1990, tem transferido dezenas de casos envolvendo suspeitos de escalões intermediários e mais baixos para cortes bósnias de crimes de guerra.
O tribunal sediado em Haia ainda conduz os julgamentos de dois dos principais réus da guerra bósnia, o líder dos sérvios bósnios, Radovan Karadzic, e seu comandante militar, o general Ratko Mladic. A corte bósnia tem como objetivo concluir seus principais julgamentos de crimes de guerra até 2018.