Boris Johnson pede que críticos da Huawei proponham alternativas
Apesar das preocupações com a segurança do Reino Unido, o primeiro-ministro afirmou que os britânicos merecem ter acesso à melhor tecnologia possível
AFP
Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 10h23.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson , pediu aos críticos da Huawei que ofereçam alternativas à fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações, que lidera seus concorrentes na tecnologia 5G.
Quando questionado durante o programa BBC Breakfast, Johson disse que "os britânicos merecem ter acesso à melhor tecnologia possível", lembrando que seu governo queria se concentrar na modernização da infraestrutura e, em particular, no acesso à Internet de banda larga para todos.
"Agora, se as pessoas se opõem a uma marca ou outra, devem nos dizer qual é a alternativa", acrescentou, referindo-se ao avanço da Huawei no 5G, a nova geração de telefonia móvel destinada principalmente a objetos conectados.
Johnson, que goza de uma sólida maioria no Parlamento desde as eleições legislativas de dezembro, declarou, porém, que não deseja "instalar infraestrutura que seja prejudicial à nossa segurança nacional, ou à nossa capacidade de cooperar com nossos parceiros da rede de Inteligência Five Eyes".
Esta rede reúne Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
Na segunda-feira, o chefe do MI5, Andrew Parker, disse que o governo britânico poderia trabalhar com a Huawei no 5G sem comprometer seus laços com a Inteligência americana.
Essas declarações acontecem um dia após uma delegação americana visitar Londres para convencer Downing Street a não trabalhar com a Huawei.
Os Estados Unidos afirmam há meses que existem laços estreitos entre a empresa e o governo chinês e que seus equipamentos podem ser usados para espionagem, o que a Huawei sempre negou.
Em abril de 2019, um vazamento na imprensa britânica revelou que o governo de Theresa May estava prestes a conceder uma participação limitada da Huawei na rede 5G do país. A chinesa não estaria envolvida no coração da rede, mas em infraestrutura menos sensível.
A classe política britânica está dividida sobre o assunto. O parlamentar conservador Bob Seely acaba de pedir ao Comitê de Relações Exteriores que examine a compatibilidade da fabricante com a rede nacional, dizendo que um acordo com a gigante de tecnologia abrirá as portas da rede britânica a Pequim.