Mundo

Boric diz que decisão do Supremo da Venezuela sobre vitória de Maduro 'consolida a fraude'

Validação do resultado foi questionada pela oposição venezuelana, principalmente pelo candidato da coalizão opositora, Edmundo González Urrutia

Gabriel Boric, presidente do Chile (Pablo Vera/Getty Images)

Gabriel Boric, presidente do Chile (Pablo Vera/Getty Images)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 23 de agosto de 2024 às 08h21.

Tudo sobreVenezuela
Saiba mais

O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse nesta quinta-feira que a sentença do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela que confirma a vitória do presidente Nicolás Maduro "consolida a fraude" apontada pela oposição e grande parte da comunidade internacional nas eleições de 28 de julho.

“Hoje o TSJ da Venezuela acaba de consolidar a fraude. O regime de Maduro obviamente recebe com entusiasmo a decisão, que será marcada pela infâmia. Não há dúvida de que estamos diante de uma ditadura que falsifica eleições, reprime aqueles que pensam de forma diferente e é indiferente ao maior exílio do mundo, só comparável ao da Síria como resultado de uma guerra”, declarou Boric na rede social X (ex-Twitter).

“Olhei nos olhos de milhares de venezuelanos que clamam por democracia em sua pátria e que hoje estão sendo atingidos por uma nova pancada. O Chile não reconhece esse falso triunfo autoproclamado de Maduro e companhia. Certamente receberemos (como sempre) insultos de suas autoridades por nossa postura”, enfatizou.

Boric alegou que “a ditadura na Venezuela não é a esquerda".

"É possível e necessário ter uma esquerda continental profundamente democrática que respeite os direitos humanos, independentemente da cor daqueles que os violam. Um progressismo transformador que melhore as condições de vida de seu povo por meio da construção da comunidade em vez do individualismo, do encontro em vez da polarização. É para lá que estamos caminhando no Chile", disse.

A validação do resultado foi amplamente questionada pela oposição venezuelana, em especial pelo candidato da principal coalizão opositora, Edmundo González Urrutia, que destacou que “nenhuma sentença substituirá a soberania popular”.

Desde as eleições de 28 de julho na Venezuela, Boric tem enfatizado a necessidade de divulgação de todas as atas eleitorais, algo que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não fez, apesar de ser obrigatório.

O CNE anunciou que o líder chavista obteve 51,20% dos votos (5.150.092 votos), contra 44,2% de Urrutia (4.445.978 votos).

Se não houver uma reviravolta, em 10 de janeiro de 2025 Maduro assumirá seu terceiro mandato de seis anos à frente do país, que foi governado pelo chavismo (corrente política criada pelo falecido ex-presidente Hugo Chávez) nos últimos 25 anos.

Desde que chegou ao poder em março de 2022, Boric tem sido uma das vozes mais contundentes contra Maduro na América do Sul, postura que o diferencia de outros presidentes de esquerda de países vizinhos, como Luiz Inácio Lula da Silva e o colombiano Gustavo Petro.

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaChileGabriel Boric

Mais de Mundo

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo

Com queda de Assad na Síria, Turquia e Israel redefinem jogo de poder no Oriente Médio

MH370: o que se sabe sobre avião desaparecido há 10 anos; Malásia decidiu retomar buscas

Papa celebrará Angelus online e não da janela do Palácio Apostólico por resfriado