Bombardeio russo na Síria deixa ao menos 7 mortos, 4 deles crianças
O diretor da OSDH revelou que as crianças tinham menos de dez anos e que seis dos sete corpos eram civis
AFP
Publicado em 22 de julho de 2022 às 11h51.
Pelo menos sete pessoas, incluindo quatro menores, morreram em decorrência de atentados perpetrados pela Rússia na região de Idlib, no noroeste da Síria, o último grande reduto jihadista e rebelde do país, informou nesta sexta-feira (22) o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Esta ONG confirmou a morte de "sete pessoas - incluindo quatro crianças da mesma família, dois homens e outro não identificado como resultado de ataques aéreos russos no setor Yisr al-Shughur".
O diretor da OSDH, Rami Abdel Rahman, revelou que as crianças tinham menos de dez anos e que seis dos sete corpos eram civis. Além disso, ele indicou que ainda há pessoas presas nos escombros. As vítimas eram principalmente sírios deslocados da província vizinha de Hama, segundo Rahman.
"Meus filhos foram embora... as pessoas que eu mais amo foram embora", lamentou Ayham Mozan, de 31 anos, que perdeu seus quatro filhos, três deles meninas.
Sua família dormia quando o primeiro ataque atingiu sua casa, contou à AFP em uma maca do hospital de Darkuch, perto da fronteira turca.
Mozan conseguiu salvar sua esposa dos escombros, mas não encontrou seus filhos: "Pensei que era um pesadelo, saímos rastejando" antes do segundo ataque, contou o pai.
A casa ficou totalmente destruída, segundo observado por um correspondente da AFP. Brinquedos, roupas e móveis estavam espalhados entre os escombros.
A Rússia, aliada da Síria há décadas, é a principal apoiadora do regime de Bashar al-Assad e vem intervindo militarmente no país desde 2015.
Aproximadamente metade da província de Idlib e partes das províncias de Aleppo, Hama e Latakia são controladas por facções que se opõem ao regime em Damasco, como Hayat Tahrir al-Sham, o antigo ramo sírio da Al Qaeda. Da mesma forma, esta área também abriga grupos rebeldes, apoiados de diferentes maneiras pela Turquia e outras formações jihadistas, como Hurras al-Din
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