Mundo

Bombardeio rebelde causa massacre em Damasco

O alvo do atentado foi a faculdade de Arquitetura de Damasco


	Rebeldes em Damasco: os disparos de morteiros e foguetes efetuados pelos rebeldes se intensificaram nas últimas semanas em Damasco.
 (Goran Tomasevic/Files/Reuters)

Rebeldes em Damasco: os disparos de morteiros e foguetes efetuados pelos rebeldes se intensificaram nas últimas semanas em Damasco. (Goran Tomasevic/Files/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 17h08.

Damasco - Morteiros disparados pelos rebeldes sírios provocaram nesta quinta-feira um massacre na faculdade de Arquitetura de Damasco, enquanto um deputado classificou de catastrófica a situação do Exército regular no sul do país.

Enquanto isso, Damasco não autorizou "o acesso sem restrições" ao seu território, como solicita a ONU, para que fosse realizada uma investigação sobre a eventual utilização de armas químicas.

"No total 15 estudantes foram assassinados em um ataque com morteiros efetuado pelos terroristas contra a faculdade de Arquitetura", disse o decano da Universidade Amer Mardini, citado pela agência oficial Sana.

As autoridades designam como "terroristas" os rebeldes que lutam contra as tropas do regime de Bashar al-Assad.

A televisão síria Al Ijbariya exibiu poças de sangue, cadeiras e mesas quebradas no que parece ser a cafeteria da faculdade.

"O que vimos hoje é um crime de guerra. A utilização de morteiros deve parar imediatamente. A grande maioria das pessoas mortas por esses projéteis é de civis", declarou Rami Abdel Rahman, presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

"Os protagonistas devem parar de fazer dos civis alvos. As universidades de Damasco e de Aleppo, as instituições educativas mais importantes do país, foram alvo de sangrentos ataques", acrescentou. Mais de 80 estudantes morreram em meados de janeiro no bombardeio da Universidade de Aleppo.


Desde que o início da semana, os rebeldes lançam ataques contra este setor onde há vários edifícios oficiais, como a televisão, provocando a morte de pelo menos cinco pessoas.

Os disparos de morteiros e foguetes efetuados pelos rebeldes se intensificaram nas últimas semanas em Damasco, reduto do regime, onde o Exército tenta neutralizar os focos rebeldes na periferia e impedir os combatentes de avançar na capital.

Um deputado de Deraa, onde teve início a onda de protestos na Síria, lançou nesta quinta-feira um apelo ao presidente sírio para adverti-lo sobre a situação nesta província, afirmando que os rebeldes controlam parte da estrada que liga esta região do sul a Damasco.

"A província de Deraa está dividida devido à evacuação de várias posições militares, por razões (...) que desconhecemos. Em todo caso, são os terroristas da Frente Al-Nosra que ocupam os locais", declarou ao Parlamento Walid al-Zohbi, que teve suas declarações transmitidas pela televisão oficial.

Quando seus colegas quiseram impedi-lo de continuar, o deputado disse: "É falso dizer que a estrada de Deraa está sob controle. De Kherbet Ghazale até o posto fronteiriço (com a Jordânia) está totalmente controlada por homens armados".

Os rebeldes sírios tomaram recentemente no sul uma faixa de 25 km que vai da Jordânia à linha de cessar-fogo com Israel nas Colinas de Golã, afirmou domingo o OSDH.


"Estamos totalmente expostos do lado sul e temos apenas uma cobertura no oeste com a brigada 61. O cidadão vive um inferno e o moral das pessoas está no nível mais baixo", continuou.

Damasco continua sem conceder acesso a seu, território como havia solicitado a ONU, para que fosse realizada uma investigação sobre o eventual uso de armas químicas.

Segundo a ONU, a investigação "se concentrará em um primeiro momento" nas acusações do governo sírio, que foi o primeiro a pedir uma investigação. França e Reino Unido pediram que a ONU estude todas as acusações, tanto da oposição como de Damasco.

Acompanhe tudo sobre:MortesSíriaTerrorismo

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia