Bolsa de Lisboa: PSI-20 recuou 1,32%, com destaque para queda de 7,22% da Portugal Telecom (Mario Proenca/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 15h19.
São Paulo - Dados fracos de atividade industrial na zona do euro e na China sinalizaram uma recuperação econômica menor do que o esperado, levando as principais bolsas europeias a fecharam em baixa.
A queda nos preços do petróleo vista durante grande parte da sessão também contribuiu para os resultados negativos nos mercados.
O índice Stoxx 600 fechou em baixa de 0,46%, aos 345,64 pontos.
O índice de atividade dos gerentes de compras (PMI) do setor industrial da zona do euro caiu para 50,1 em novembro, de 50,6 em outubro.
O resultado ficou abaixo da leitura preliminar do mês passado, de 50,4 e sinaliza que a indústria está se aproximando de uma estagnação. Valores acima de 50,0 apontam para uma expansão da atividade e abaixo dessa marca indicam contração.
Na Alemanha, principal economia do bloco, o PMI industrial recuou para 49,5, abaixo da preliminar, de 50,0.
O número se manteve em 49,0 na Itália e cedeu para 48,4 na França. A Espanha teve um dos poucos resultados positivo, com a elevação para 54,7, maior resultado desde junho de 2007.
Os investidores estão na expectativa pela reunião do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira, em que os dirigentes da instituição podem decidir por um aumento dos estímulos monetários, a fim de evitar uma deflação na zona do euro.
Na última semana, o vice-presidente do BC europeu, Vítor Constâncio, sinalizou que a instituição está preparada para comprar bônus soberanos no início de 2015.
O objetivo é elevar o balanço patrimonial do BCE em cerca de 1 trilhão de euros, nível atingido em 2012.
A China também mostrou sinais de desaceleração econômica. Tanto o PMI industrial medido pelo banco HSBC quanto o dado oficial recuaram em novembro.
A leitura divulgada pelo banco caiu para 50,0 no mês, resultado mais baixo desde maio. O número oficial atingiu 50,3, menor patamar desde março.
O rebaixamento do rating soberano do Japão em um grau, de Aa3 para A1, pela Moody's, também contribuiu com o sentimento pessimista dos mercados.
Somados a esses fatores, o mercado de commodities fraco, especialmente do petróleo, também pesou nas ações, principalmente das empresas do setor de energia.
A decisão da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de manter a meta de produção, na semana passada, agravou as preocupações sobre uma oferta elevada e baixa demanda no mercado, o que levou a uma queda nos preços.
Os futuros de petróleo operaram em baixa durante a maior parte da manhã, com os contratos do Brent para janeiro chegando a ser negociados a US$ 67,53 - uma queda de 3,5% - na Intercontinental Exchange (ICE).
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo para janeiro se recuperaram no início da tarde.
Em Londres, o índice FTSE-100 caiu 0,99%, para 6.656,37 pontos.
Os papéis da Tullow Oil cederam 5,99% e os da Royal Dutch Shell recuaram 0,54%, influenciados pelos preços do petróleo.
O índice DAX, em Frankfurt, perdeu 0,17%, para 9.963,51 pontos.
O CAC-40, em Paris, recuou 0,29%, para 4.377,33 pontos. Em Milão, o FTSE Mib fechou aos 19.686,45 pontos, em baixa de 1,64%.
Apesar do resultado positivo do PMI, o índice IBEX-35, em Madri, caiu 0,91%, para 10.672,80 pontos.
Em Lisboa, o PSI-20 recuou 1,32%, para 5.107,75 pontos, com destaque para queda de 7,22% da Portugal Telecom, após a francesa Altice informar na noite de domingo que entrou em negociações exclusivas com a Oi para comprar a PT Portugal, por 7,4 bilhões de euros.
As ações da Altice avançaram 7,97%.
Com informações da Dow Jones Newswires.