Mundo

Bolívia fala em segurança onde brasileiros foram queimados

A decisão ocorre no momento em que o governo brasileiro cobra providências para evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer


	Prisão: Rafael Max Dias e Jefferson Castro Lima foram presos sob a acusação de matar três bolivianos para os quais tentavam vender uma motocicleta
 (Giuseppe Cacace/AFP)

Prisão: Rafael Max Dias e Jefferson Castro Lima foram presos sob a acusação de matar três bolivianos para os quais tentavam vender uma motocicleta (Giuseppe Cacace/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2012 às 16h43.

Brasília – O governo boliviano prepara plano de segurança para a cidade San Matías, na fronteira com o Brasil, onde dois brasileiros foram queimados vivos. Serão reforçadas as presenças militar e policial no município. A decisão ocorre no momento em que o governo brasileiro cobra providências para evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer.

Rafael Max Dias e Jefferson Castro Lima foram presos sob a acusação de matar três bolivianos para os quais tentavam vender uma motocicleta. Houve discussão e Rafael disparou contra os três. Presos, foram levados para a delegacia. Uma multidão indignada invadiu a delegacia e retirou Dias e Lima da cela. Na rua, foram linchados, os corpos encharcados com gasolina e queimados. Os policiais disseram que não houve como conter a multidão por falta de efetivo.

O caso gerou uma reação do Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, que divulgou nota repudiando o episódio. “A Embaixada em La Paz foi instruída a manifestar às autoridades bolivianas repúdio ao crime que vitimou os cidadãos brasileiros, instando-as a adotar medidas que evitem a ocorrência de situações similares e a proceder às investigações necessárias com toda a celeridade e rigor”, diz o texto.

Ontem (16) o ministro do Governo da Bolívia, Carlos Romero, disse que há um projeto para construção de uma Estação Polícia Integral, destinada a fortalecer o efetivo policial e militar. “É uma área de violência intensa envolvendo drogas, carros roubados e a presença do Estado é fraca", reconheceu Romero. A região de San Matías fica perto de 100 quilômetros de fronteira, na qual vivem 70% de bolivianos e 30% de brasileiros.

Segundo ele, as autoridades bolivianas buscam os culpados pela morte dos brasileiros e investigam o crime atribuído a eles. Carlos Romero disse que as autoridades brasileiras serão bem recebidas para a colaborar nas investigações.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaDados de BrasilMortes

Mais de Mundo

Apagão cibernético: Governos descartam suspeitas de ataques hacker e mantêm contatos com Microsoft

Apagão cibernético já gerou cancelamento de quase 1.400 mil voos pelo mundo; veja situação por país

António Guterres se diz "decepcionado" após Parlamento de Israel votar contra Estado palestino

Parlamento de Israel votou contra criação de Estado palestino por considerar 'ameaça existencial'

Mais na Exame