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Bilionário Ross Perot, que marcou política dos EUA, morre aos 89 anos

Em abril de 2019, a revista Forbes estimou a fortuna de Perot em 4,1 bilhões de dólares

H. Ross Perot: texano bilionário do setor tecnológico, concorreu duas vezes à presidência dos EUA (Wikimedia Commons/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 9 de julho de 2019 às 16h11.

H. Ross Perot, bilionário texano do setor tecnológico que chacoalhou a política dos Estados Unidos com duas campanhas presidenciais independentes que ecoaram em eleitores insatisfeitos nos anos 1990, morreu nesta terça-feira aos 89 anos, informou sua família.

"Ross Perot, o empresário pioneiro e o marido, irmão, pai e avô amoroso, faleceu na manhã desta terça-feira em sua casa de Dallas, cercado por sua família devotada", disse a família Perot em um comunicado. Um porta-voz da família disse que uma leucemia foi a causa de sua morte.

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Em abril de 2019, a revista Forbes estimou a fortuna de Perot em 4,1 bilhões de dólares.

Perot era um vendedor nato que enriqueceu com serviços de computador, mas foi um político improvável e nada convencional. Ele era baixo, usava corte de cabelo de estilo militar, falava com o sotaque arrastado da gente simples do Texas e tinha orelhas de abano das quais até ele mesmo debochava. Ele era direto e assertivo, e seus sucessos nos negócios o acostumaram a ter tudo do seu jeito.

Perot fundou sua própria empresa, Electronic Data Systems, em Dallas, uma decisão que fez dele um bilionário ao 38 anos por lidar com processamento de dados para clientes como o sistema de saúde pública Medicare, a Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) e outras entidades governamentais.

Ele era tão zeloso que, quando dois de seus empregados foram presos no Irã em 1978, organizou uma equipe de comandos com seus funcionários e contratou um ex-coronel dos Boinas Verdes para soltá-los.

Ele entrou na corrida presidencial de 1992 como independente e rapidamente encontrou um filão entre os norte-americanos desencantados com os partidos Republicano e Democrata. Seu tema favorito era conter o déficit de gastos do governo -- uma questão à qual se referia como "a tia louca no porão" sobre a qual ninguém quer conversar.

Sua campanha, em grande parte financiada com seu próprio dinheiro, contou com "infomerciais" de 30 minutos na televisão. Com suas tabelas, seu humor autodepreciativo e suas receitas econômicas caseiras, Perot liderou uma pesquisa Gallup cinco meses antes da eleição com 39% das intenções de voto --o então presidente republicano George H.W. Bush tinha 31% e o democrata Bill Clinton outros 25%.

Um mês depois, porém, Perot surpreendeu o mundo político saindo do páreo. Ele voltou à disputa presidencial várias semanas depois dizendo ter desistido porque trapaceiros republicanos tramaram para atrapalhar o casamento de sua filha.

Ele terminou com respeitáveis 19% dos votos na eleição, atrás de Clinton, eleito com 43 por cento, e Bush, com 37,5 por cento.

Na disputa de 1996 pela Casa Branca, Perot criou o Partido da Reforma, mas recebeu pouco mais de 8% dos votos populares, além de causar um cisma no movimento político que fundou.

Perot deixa Margot, esposa com quem se casou em 1956 e com quem teve cinco filhos.

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