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Bernard Tapie é indiciado por fraude e formação de quadrilha

Tapie está sendo interrogado sobre a arbitragem judicial privada com a qual foi resolvida, em 2008, sua disputa judicial com o banco Crédit Lyonnais

O empresário francês Bernard Tapie: Desde o final de maio, três pessoas foram acusadas de "fraude e formação de quadrilha" neste caso. (REUTERS/Charles Platiau)

O empresário francês Bernard Tapie: Desde o final de maio, três pessoas foram acusadas de "fraude e formação de quadrilha" neste caso. (REUTERS/Charles Platiau)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2013 às 12h54.

Paris - O empresário francês Bernard Tapie foi indiciado por fraude e formação de quadrilha no caso da polêmica arbitragem judicial de seu litígio com o banco Crédit Lyonnais, pela qual recebeu mais de 400 milhões de euros do Estado, um caso que afeta a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI,) Christine Lagarde, anunciou seu advogado, Hervé Temine.

"Afirmo que a alegação é vazia de elementos que possam demonstrar que a sentença arbitral, seu resultado, seja fruto de uma fraude", enfatizou o advogado.

Tapie, que se encontra em prisão preventiva em Paris, está sendo interrogado sobre a arbitragem judicial privada com a qual foi resolvida, em 2008, sua disputa judicial com o banco Crédit Lyonnais, estatal na época, pela venda da empresa de artigos esportivos Adidas, pela qual cobrou mais de 400 milhões de euros em indenizações pagas pelo Estado.

Os juízes de instrução suspeitam que a arbitragem tenha sido fraudada em benefício de Tapie e investigam quem tomou a decisão de recorrer a ela (invés da justiça comum).

Também querem saber a relação que existia entre o empresário, a Presidência francesa e o Ministério da Economia, assim como os vínculos de Tapie com os juízes-árbitros.


Jean Bruneau, ex-presidente da associação de pequenos acionistas da empresa BTF (Bernard Tapie Finances), também está em prisão preventiva.

Fontes judiciais indicaram que outro advogado de Bernard Tapie, Maurice Lantourne, tinha também sido detido preventivamente na terça para ser interrogado.

Desde o final de maio, três pessoas foram acusadas de "fraude e formação de quadrilha" neste caso.

Já Lagarde, que naquela época era ministra da Economia do governo do presidente Nicolas Sarkozy (direita), foi declarada "testemunha assistida", um status intermediário entre o de testemunha e o de acusada.

As pessoas indiciadas são Stéphane Richard, atual presidente do grupo de telecomunicações Orange e na época diretor de gabinete da ministra da Economia, Christine Lagarde; Jean-François Rocchi, ex-diretor do Consórcio de Realização (CDR, instituição encarregada de administrar o passivo do Crédit Lyonnais) e o juiz-árbitro Pierre Estoup.

Richard afirmou na segunda-feira que Lagarde estava "perfeitamente informada" a respeito do assunto e que foi em "total conhecimento de causa" que "deu instruções por escrito de votar a favor" da arbitragem.

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