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Bernanke: seria preciso quebrar lei para salvar Lehman

Quebra do banco foi um dos momentos mais tensos durante a crise financeira

Ben Bernanke, presidente do Fed, fez as declarações durante depoimento no Congresso americano (Getty Images/Arquivo)

Ben Bernanke, presidente do Fed, fez as declarações durante depoimento no Congresso americano (Getty Images/Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Washington - As autoridades dos Estados Unidos que estavam lutando para lidar com o banco Lehman Brothers no ápice da crise financeira em 2008 precisariam ter "quebrado a lei" para salvar realmente a instituição financeira, afirmou hoje o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), Ben Bernanke. Ele falou durante um depoimento na Comissão de Inquérito sobre a Crise Financeira (FCIC, na sigla em inglês) do Congresso.

Bernanke afirmou que o colapso do Lehman "não foi predeterminado", mas que as autoridades reguladoras tinham grandes limitações sobre o que podiam fazer para ajudar a empresa. "Nós não conseguimos encontrar uma forma de ajudar", comentou o presidente do Fed, acrescentando que tentou ser "criativo". "Não estou preparado para ir além de minhas autoridades legais".

O pedido de concordata do Lehman, registrado no dia 15 de setembro de 2008, foi um momento crítico da crise financeira, aumentando os receios de um contágio no mercado de crédito e determinando a posterior resposta do governo. Após o colapso, as autoridades reguladoras tomaram medidas agressivas e sem precedentes para salvar o mercado financeiro e empresas específicas, incluindo um programa de US$ 700 bilhões para recapitalizar o sistema bancário dos EUA.

O ex-executivo-chefe do Lehman, Dick Fuld, foi ouvido pela FCIC ontem e reiterou sua queixa de que o banco de investimento foi tratado injustamente pelo governo, que teria se recusado a ajudar a instituição. Segundo Bernanke, o Fed passou um fim de semana inteiro em setembro de 2008 discutindo como poderia "salvar" o Lehman, mas já sabia que o banco não poderia ser salvo, porque seus clientes e as contrapartes comerciais já haviam decidido que a instituição estava morta. As informações são da Dow Jones.

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