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Berlusconi deixa de ser premiê com gritos de comemoração

Devido à presença em massa de manifestantes, Silvio Berlusconi precisou sair por uma porta secundária do palácio Quirinale para voltar à sua residência em Roma

Após o anúncio da renúncia, as centenas de pessoas que tinham se concentrado em frente à sede da Presidência reagiram com aplausos e gritos (Getty Images)

Após o anúncio da renúncia, as centenas de pessoas que tinham se concentrado em frente à sede da Presidência reagiram com aplausos e gritos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2011 às 20h15.

Roma - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, apresentou neste sábado sua renúncia ao presidente do país, Giorgio Napolitano, informou a presidência em nota oficial.

'Ao fim do percurso parlamentar para a aprovação da Lei de Orçamentos do Estado, Silvio Berlusconi apresentou sua renúncia', diz o comunicado.

Na nota, é informado que Napolitano, como estabelecido pelas leis do país, se 'reserva a decisão' (ou seja, vai analisar se aceita ou não a renúncia), e amanhã o chefe de Estado realizará todas as consultas com as forças políticas'.

Após o anúncio da renúncia, as centenas de pessoas que tinham se concentrado em frente à sede da Presidência reagiram com aplausos e gritos de comemoração.

Devido à presença em massa de manifestantes, Berlusconi precisou sair por uma porta secundária do palácio Quirinale para voltar à sua residência em Roma, o Palácio Grazioli.

Napolitano começará amanhã as consultas às 9h locais (6h de Brasília) recebendo os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Renato Schifani e Gianfranco Fini, respectivamente, e depois os porta-vozes dos grupos parlamentares e os presidentes eméritos da Itália.

Não se descarta que já neste domingo ele encarregue a formação de um novo governo, para que na segunda-feira, quando abrirem os mercados financeiros, a Itália tenha um novo Executivo que inicie as medidas econômicas exigidas pela União Europeia.

Há alguns dias especula-se que Napolitano optará por um governo presidido pelo ex-comissário da União Europeia (UE), o economista Mario Monti, mas as dúvidas serão sobre sua duração.

A hipótese de um governo presidido por Monti foi aceita já pelo chamado 'Terceiro Polo', formado pelos partidos Aliança para a Itália (API), União de Democratas e Cristãos (UDC) e Futuro e Liberdade (FLI), além do Partido Democrata (PD). Já o Itália dos Valores aceitou a proposta com algumas condições.


Também hoje, o partido de Berlusconi, Povo da Liberdade (PDL), deu seu sinal verde à possibilidade de 'negociar com Monti', mas colocou como condições que 'seu programa de governo esteja circunscrito apenas à aprovação dos '29 pontos' contidos no documento com as reformas prometidas à UE para reduzir a dívida.

Membros do PDL acrescentaram que esperam que se trate de um governo com mandato breve, formado por tecnocratas, e que Monti e os novos ministros não sejam candidatos nas próximas eleições.

Quem já garantiu que não apoiará Monti foram os aliados de Berlusconi, a Liga Norte, que segue insistindo na necessidade de novas eleições.

Antes de ir ao Quirinale, Berlusconi se reuniu pela última vez com os membros de seu Gabinete em um Conselho de Ministros que durou 35 minutos. A reunião serviu apenas para que Berlusconi se despedisse.

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