Berlusconi, premiê italiano, estaria envolvido em prostituição de menor e abuso de poder (Ricardo Stuckert/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 14h47.
Roma - O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi negou na terça-feira à noite que pense em renunciar e se declarou "sereno" com a agitação provocada pela investigação "Rubygate", aberta contra ele em Milão por prostituição de menores e abuso de poder.
"Renunciar? Estão loucos", afirmou Berlusconi aos jornalistas que o esperavam na entrada da Câmara dos Deputados para uma reunião com parlamentares de seu partido e advogados.
"Estou absolutamente sereno. Estou me divertindo", declarou aos políticos presentes à reunião, antes de afirmar que tudo não passa de "uma armação midiática, de espionagem contínua".
Os juízes de Milão notificaram na segunda-feira ao Parlamento italiano as provas "evidentes" que comprometem o primeiro-ministro em um caso de prostituição de uma menor marroquina, conhecida como "Ruby rouba corações", e em um caso de abuso de poder, também relacionado con "Ruby".
Berlusconi corre o risco de ser condenado a uma pena que vai de seis meses a três anos de prisão por violar o artigo 600 Bis do Código Penal, que paradoxalmente foi introduzido por seu governo para lutar contra a prostituição infantil e que além disso não permite reduções de pena, explicaram fontes judiciais.
O premier afirmou que não comparecerá ao tribunal de Milão, já que os seus advogados não consideram esta a corte competente.
Também na terça-feira à noite, Berlusconi disse que a Itália se questiona se é útil permanecer no Afeganistão, horas depois do anúncio da morte de um soldado em um ataque contra um posto italiano no noroeste do país.
Berlusconi disse que o governo estuda "uma estratégia para o retorno de nossos jovens soldados do Afeganistão".