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Bento XVI chega a Cuba e destaca reformas econômicas e sociais

Depois da cerimônia de boas-vindas, transmitida ao vivo por vários canais da região, Bento XVI seguiu, no papamóvel, para a sede do Arcebispado de Santiago de Cuba

Bento XVI em Cuba (AFP)

Bento XVI em Cuba (AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2012 às 21h19.

Brasília – O papa Bento XVI disse hoje (26) que está convencido de que Cuba avançará com as reformas econômicas e sociais iniciadas há dois anos no país. Bento XVI foi recebido nesta tarde, em Santiago, pelo presidente cubano, Raúl Castro. Em discurso de boas-vindas ao papa, Castro destacou as boas relações entre o governo e a Igreja e falou sobre as "injustiças" causadas pelo embargo norte-americano.

Procedente do México, o papa chegou a Cuba por volta das 14h30 e foi recebido, ao desembarcar do avião, por Castro e quatro crianças, que abençoou. Em seguida, foi saudado por uma guarda de honra e uma salva de tiros de canhão no Aeroporto Antonio Maceo, onde o esperava una multidão de fiéis e autoridades governamentais e eclesiásticas.

"Estou convencido de que Cuba está mirando o amanhã para renovar e alargar seus horizontes", tarefa para a qual contribuirão "os valores que caracterizam o povo cubano", disse o papa, ao final de seu discurso. Bento XVI também ressaltou a veneração que a sociedade da ilha tem por sua padroeira, Nossa Senhora da Caridade, cujo santuário visitará amanhã (27).

Momentos antes, Castro deu, em nome da nação cubana, boas-vindas ao papa e destacou a influência dele, com suas ideias nas questões que assolam o mundo, como a crise global, a corrupção, o desequilíbrio na distribuição dos recursos e a falta de democracia.


Depois de destacar que o povo cubano, de convicções profundas, ouvirá o papa com atenção e respeito, o chefe do governo passou a enumerar as dificuldades causadas ao país pelo embargo econômico de mais de meio século imposto pelos Estados Unidos, país que descreveu como "a potência que tentou, infrutiferamente, despojar Cuba da paz e da justiça". Castro lembrou que, ao longo dos últimos 14 anos, desde a visita do papa João Paulo II, que antecedeu Bento XVI, os ataques econômicos, políticos e financeiros a Cuba continuam e até "endureceram".

Depois da cerimônia de boas-vindas, transmitida ao vivo por vários canais da região, Bento XVI seguiu, no papamóvel, para a sede do Arcebispado de Santiago de Cuba. No trajeto, ele foi saudado por uma multidão de fiéis que formava cordões humanos em ambos os lados do caminho. Bandeiras e cartazes de boas-vindas foram vistos desde a manhã de hoje em diversas cidades cubanas.

A agenda de Bento XVI, que passará três dias em Cuba, inclui amanhã a celebração de missa na Praça da Revolução Antonio Maceo, uma eucaristia privada na Capela da Casa de Retiro e Convivências e uma visita como peregrino ao Santuário de Nossa Senhora da Caridade. Este ano, comemoram-se 400 anos da descoberta da imagem da padroeira de Cuba.

Na quarta-feira (28), já em Havana, o pontífice será recebido por Raúl Castro. Não está previsto, porém, um encontro com o ex-presidente Fidel Castro, ainda que o Vaticano não descarte a possibilidade. O ato central da visita do papa neste dia será uma missa a céu aberto na Praça da Revolução, para a qual se espera grande público, incluindo quase 400 cubanos exilados em Miami, nos Estados Unidos.

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