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Ben Carson, o radical de voz suave que desbancou Trump

Hoje, com 24% de apoio, se encontra no topo das enquetes nacionais das primárias republicanas

Ben Carson: "É muito mais simpático que qualquer um dos outros. Isso é muito importante" (David Becker / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 09h40.

Washington - O inesperado líder nas enquetes para obter a candidatura republicana à presidência dos Estados Unidos , o neurocirurgião Ben Carson, surpreendeu seus rivais com um discurso afastado dos gritos e exclamações, mas carregado de um profundo e radical conteúdo conservador.

A semana passada foi a mais agitada de sua campanha, quando teve que enfrentar ataques pelo suposto "embelezamento" de algumas passagens de sua biografia, na qual ressalta uma história de superação de uma família humilde e poucos recursos para se transformar em um dos neurocirurgiões mais respeitados do país.

Criado nos subúrbios de Detroit por uma mãe solteira, Carson se transformou aos 33 anos, após estudar nas universidades de Yale e Michigan, no chefe mais jovem da história do departamento de neurocirurgia pediátrica do Hospital Johns Hopkins de Baltimore.

Hoje, com 24% de apoio, se encontra no topo das enquetes nacionais das primárias republicanas, e parece ser o único capaz de enfrentar a ascensão do magnata imobiliário Donald Trump (23%), um animal midiático que monopolizou toda a atenção e eclipsou o então favorito, o ex-governador da Flórida Jeb Bush (hoje com 8%).

Carson, de 64 anos e único pré-candidato negro à presidência em 2016, recebeu também críticas pelo vazio de seu programa político, que inclui aplicar uma taxa de juro fiscal plana de 10% para todos os contribuintes e eliminar qualquer tipo de subvenção pública.

"É muito mais simpático que qualquer um dos outros. Isso é muito importante. Ninguém vai votar em um imbecil desagradável. As pessoas votaram em Ronald Reagan porque gostavam dele. Ninguém votou em Barack Obama por seu plano fiscal", comentou Barry Bennett, diretor de campanha de Carson ao término do quarto debate presidencial republicano realizado em Milwaukee à revista "The Atlantic".

Frente a aspirantes que fizeram do tom circense e da loquacidade os ganchos de sua campanha, como é o caso de Donald Trump, do senador pelo Texas, Ted Cruz, e do governador de Nova Jersey, Chris Christie, Carson faz uso de um discurso calmo no qual nunca perde a compostura.

É consciente de seu forte respaldo entre os eleitores evangélicos e cristãos renascidos, que formam um sólido e influente setor da ala mais conservadora do partido republicano.

Em uma conferência na quarta-feira passada na Liberty University da Virgínia, um dos principais centros educativos cristãos dos EUA, defendeu sua visão "criacionista" e criticou a teoria da evolução como "sem sentido".

"Vamos ter um presidente que está disposto a trabalhar com o braço legislativo para pôr as coisas em ordem novamente, especificamente precisamos de legislação para proteger as liberdades religiosas das pessoas que acredita que o casamento é entre um homem e uma mulher", ressaltou ao comentar a recente legalização das uniões entre homossexuais por parte do Supremo Tribunal dos EUA.

Entre suas "pérolas" figuram suas declarações de 1998 nas quais assegura que as pirâmides egípcias foram construídas para armazenar grão e que os arqueólogos se equivocam ao crer que foram erguidas para enterrar os faraós.

Outra de suas curiosas teorias pessoais, sobre a qual não se preocupa em apresentar provas e sustentou em rede nacional em outubro, é a de que o presidente russo Vladimir Putin; o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, frequentaram a mesma escola em Moscou em 1968, como prova de um suposto e antigo vínculo entre eles.

Em relação ao controle de armas após os recentes massacres nos EUA, disse que, como médico, "tirei muitas balas de corpos (...) Não há dúvida que esta violência sem sentido é assustadora, mas nunca vi um corpo com balas que seja mais devastador que tirar nosso direito a portar armas. As pessoas sérias procuram soluções sérias".

Tudo isto dito, claro, com um leve sorriso de canto de boca e sem aumentar minimamente o tom de voz.

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A semana passada foi a mais agitada de sua campanha, quando teve que enfrentar ataques pelo suposto "embelezamento" de algumas passagens de sua biografia, na qual ressalta uma história de superação de uma família humilde e poucos recursos para se transformar em um dos neurocirurgiões mais respeitados do país.

Criado nos subúrbios de Detroit por uma mãe solteira, Carson se transformou aos 33 anos, após estudar nas universidades de Yale e Michigan, no chefe mais jovem da história do departamento de neurocirurgia pediátrica do Hospital Johns Hopkins de Baltimore.

Hoje, com 24% de apoio, se encontra no topo das enquetes nacionais das primárias republicanas, e parece ser o único capaz de enfrentar a ascensão do magnata imobiliário Donald Trump (23%), um animal midiático que monopolizou toda a atenção e eclipsou o então favorito, o ex-governador da Flórida Jeb Bush (hoje com 8%).

Carson, de 64 anos e único pré-candidato negro à presidência em 2016, recebeu também críticas pelo vazio de seu programa político, que inclui aplicar uma taxa de juro fiscal plana de 10% para todos os contribuintes e eliminar qualquer tipo de subvenção pública.

"É muito mais simpático que qualquer um dos outros. Isso é muito importante. Ninguém vai votar em um imbecil desagradável. As pessoas votaram em Ronald Reagan porque gostavam dele. Ninguém votou em Barack Obama por seu plano fiscal", comentou Barry Bennett, diretor de campanha de Carson ao término do quarto debate presidencial republicano realizado em Milwaukee à revista "The Atlantic".

Frente a aspirantes que fizeram do tom circense e da loquacidade os ganchos de sua campanha, como é o caso de Donald Trump, do senador pelo Texas, Ted Cruz, e do governador de Nova Jersey, Chris Christie, Carson faz uso de um discurso calmo no qual nunca perde a compostura.

É consciente de seu forte respaldo entre os eleitores evangélicos e cristãos renascidos, que formam um sólido e influente setor da ala mais conservadora do partido republicano.

Em uma conferência na quarta-feira passada na Liberty University da Virgínia, um dos principais centros educativos cristãos dos EUA, defendeu sua visão "criacionista" e criticou a teoria da evolução como "sem sentido".

"Vamos ter um presidente que está disposto a trabalhar com o braço legislativo para pôr as coisas em ordem novamente, especificamente precisamos de legislação para proteger as liberdades religiosas das pessoas que acredita que o casamento é entre um homem e uma mulher", ressaltou ao comentar a recente legalização das uniões entre homossexuais por parte do Supremo Tribunal dos EUA.

Entre suas "pérolas" figuram suas declarações de 1998 nas quais assegura que as pirâmides egípcias foram construídas para armazenar grão e que os arqueólogos se equivocam ao crer que foram erguidas para enterrar os faraós.

Outra de suas curiosas teorias pessoais, sobre a qual não se preocupa em apresentar provas e sustentou em rede nacional em outubro, é a de que o presidente russo Vladimir Putin; o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, frequentaram a mesma escola em Moscou em 1968, como prova de um suposto e antigo vínculo entre eles.

Em relação ao controle de armas após os recentes massacres nos EUA, disse que, como médico, "tirei muitas balas de corpos (...) Não há dúvida que esta violência sem sentido é assustadora, mas nunca vi um corpo com balas que seja mais devastador que tirar nosso direito a portar armas. As pessoas sérias procuram soluções sérias".

Tudo isto dito, claro, com um leve sorriso de canto de boca e sem aumentar minimamente o tom de voz.

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