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Bélgica distribui pastilhas de iodo contra risco nuclear

O Governo que pretende ampliar distribuição das partilhas em um raio de 100 quilômetros ao redor de centrais nucleares

Bélgica: O governo pretende abandonar a energia nuclear em 2025 (Marcos Santos/USP Imagens/Agência USP)
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EFE

Publicado em 6 de março de 2018 às 10h59.

Bruxelas - As farmácias belgas darão desde esta terça-feira, de forma gratuita, pastilhas de iodo às pessoas que solicitem como parte de um novo plano de segurança nuclear iniciado pelo Governo, que amplia a distribuição deste mineral a todo o território do país como proteção em caso de acidente nuclear.

As pastilhas estarão disponíveis para toda a população, mas sua ingestão é recomendada somente para grupos de risco como crianças, mulheres grávidas e em período de lactação, ou professores de escolas e creches, informou a agência de notícias locais "Belga".

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Estas pílulas atuam sobre a tireoide, saturando-a deste composto para evitar que absorva o iodo radiativo que seria liberado por um vazamento nuclear e prevenir assim o desenvolvimento de câncer.

As pessoas que vivem em um raio de 20 quilômetros ao redor das usinas nucleares ativas do país - a de Tihange, no leste, e a de Doel, no norte - já receberam as pílulas.

No entanto, o novo plano prevê a distribuição em um raio de 100 quilômetros ao redor de qualquer central e inclui também a usina holandesa de Borssele e a francesa de Chooz, próximas às fronteiras belgas com ambos países, por isso que na prática representa a cobertura de todo o Estado.

O Governo Federal porá também em andamento hoje uma campanha de informação sobre a segurança nuclear.

As usinas nucleares belgas estiveram no ponto de mira após os problemas de segurança registrados em Tihange, que permaneceu fechada por 21 meses por este motivo até sua reabertura em dezembro de 2015.

Mas também porque depois dos atentados terroristas de 22 de março de 2016 em Bruxelas se temeu de que estas fossem o alvo inicial dos perpetradores, um extremo desmentido finalmente pelas autoridades.

No dia dos atentados, ambas as centrais foram evacuadas e dois dias depois, em 24 de março, foi informado que um homem que trabalhava como agente de segurança de Tihange foi assassinado e seu passe de entrada roubado.

Dois dias mais tarde, as autoridades belgas retiraram os passes de entrada à usina nuclear de Tihange de várias pessoas e reduziram provisoriamente o número de funcionários, além de reforçar o dispositivo de segurança com guardas privados, policiais locais e federais e militares.

A Bélgica deve abandonar a energia nuclear em 2025 e assim consta no pacto energético e no acordo do Governo de coalizão do país.

No entanto, este objetivo foi posto em interdição nos últimos meses por alguns partidos, organizações patronais e acadêmicas, que colocam questões sobre seu custo e potencial impacto sobre o cumprimento dos objetivos climáticos.

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