BCE: por credibilidade, governos devem cortar déficits
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet reforçou seu alerta aos governos para que reduzam seus déficits antes de perderem a credibilidade do eleitorado e dos mercados financeiros. "Muitos países no mundo industrializado chegaram ao limite da expansão fiscal", disse Trichet. "As autoridades fiscais precisam olhar para além da atual reversão cíclica. Não […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet reforçou seu alerta aos governos para que reduzam seus déficits antes de perderem a credibilidade do eleitorado e dos mercados financeiros. "Muitos países no mundo industrializado chegaram ao limite da expansão fiscal", disse Trichet. "As autoridades fiscais precisam olhar para além da atual reversão cíclica. Não há outra alternativa", observou.
Ele argumentou não haver contradição entre a reabilitação das finanças públicas e o crescimento econômico e advertiu que muito do trabalho para a implementação dos cortes do déficit de orçamento ainda têm de ser feitos. "Discordamos totalmente que a redução do déficit irá impedir o crescimento", disse Trichet, retomando um tema de discordância entre os EUA e a Europa.
Ele observou haver sinais encorajadores na economia europeia, embora um número de governos já tenha dado início à implementação de políticas de austeridade severa. Trichet tem repetidamente defendido que déficit orçamentários persistentes prejudicam a confiança pública, conduzindo a uma formação preventiva de poupança e ao enfraquecimento desnecessário da demanda.
O presidente do Banco Central Europeu também reiterou comentários feitos no início do mês de que acredita que os testes de estresse dos bancos europeus irá aumentar a confiança no sistema. Ele acrescentou que os bancos terão de tomar medidas apropriadas - recapitalização - se os resultados mostrarem tal necessidade. Trichet observou que os reguladores terão de enfrentar ameaças ao sistema financeiro, provenientes de instituições altamente alavancadas e advertiu: "ainda estamos longe da segurança de que o sistema é resistente". As informações são da Dow Jones.