BCE aumenta compra de dívida pública para US$ 2,6 bi
Foi a maior compra realizada pela entidade em quase dois anos
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 15h27.
Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) aumentou a compra de dívida pública na semana passada para 1,965 bilhões de euros (US$ 2,594 bilhões), em um momento de tensão nos mercados de dívida soberana.
O BCE informou nesta segunda-feira que, no entanto, este montante não inclui as compras feitas entre 1º e 3 de dezembro, já que ainda não foram liquidadas.
A entidade monetária realizará nesta terça-feira uma operação de retirada de liquidez a taxas de juros variáveis por 69 bilhões de euros, com uma semana de vencimento, para neutralizar o efeito da compra dos bônus públicos e evitar a alta da inflação.
A quantidade adquirida na semana passada, de 1,965 bilhões de euros, é a maior compra de dívida pública dos últimos 22 meses.
Entre 22 e 26 de novembro, o BCE adquiriu bônus no valor de 1,348 milhões de euros.
Os mercados financeiros supuseram na semana passada, por ocasião da reunião do Conselho do BCE, que a entidade monetária europeia ia estender suas compras de dívida pública.
O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, decepcionou os mercados financeiros ao limitar-se a dizer que a entidade manterá seu programa de compra de dívida pública.
Alguns operadores disseram que o BCE tinha comprado dívida pública de Irlanda e Portugal, enquanto Trichet deu em entrevista coletiva detalhes sobre as deliberações do principal órgão executivo.
Trichet anunciou um atraso na estratégia de saída das medidas extraordinárias aplicadas na crise com a manutenção das injeções de liquidez ilimitada até 12 de abril.
O presidente do Banco Central da Áustria e membro do Conselho do BCE, Ewald Nowotny, afirmou que a entidade monetária europeia tinha feito uso ativo de seu programa de dívida.
O BCE oferecerá nesta terça-feira aos bancos um juro máximo de 1% pela liquidez.
Desde 10 de maio, o BCE compra dívida pública dos países que compartilham o euro, sobretudo dos que enfrentam mais dificuldades atualmente, para estabilizar o mercado de bônus públicos e assegurar seu bom funcionamento.
O Eurogrupo discute nesta segunda-feira novas medidas para reduzir a pressão dos mercados de dívida soberana, assim como soluções a médio prazo para enfrentar futuras crises deste tipo.
Uma das propostas é aumentar o volume do fundo de resgate temporário aprovado em maio para evitar o contágio da crise grega a outros países da região.
O primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, que preside as reuniões do Eurogrupo, é a favor da emissão de eurobônus, mas enfrenta a oposição de países como a Alemanha.