Base governista deve se mobilizar por nova CPMF
Maioria dos governadores de oposição eleitos, no entanto, deve se posicionar contra
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2010 às 08h07.
São Paulo - Os governadores da base aliada ao Palácio do Planalto deverão se mobilizar, a partir do ano que vem, para criar uma fonte de recursos para financiar a saúde. A ideia de instituir um imposto para custear a Saúde, em substituição à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), agrada à presidente eleita Dilma Rousseff. A maioria dos dez governadores de oposição eleitos deverá, no entanto, resistir à criação de um novo tributo.
“Não pretendo enviar um projeto recriando a CPMF. Mas tenho visto uma mobilização de governadores nessa direção”, afirmou ontem Dilma, durante entrevista à imprensa. Mas ela se diz preocupada com a criação de novos impostos. “Eu tenho muita preocupação com a criação de impostos. Preferia outros mecanismos, mas tenho visto uma pressão dos governadores. É necessário que se abra um processo de discussão com eles”, disse.
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, é um dos mais entusiasmados com a criação de fontes para financiar a saúde. Favorável ao imposto, Campos argumentou que a oposição foi “irresponsável” ao derrubar a CPMF, em 2007. “O dinheiro para a saúde é insuficiente”, afirmou o governador, segundo sua assessoria de imprensa.
Eleito governador do Espírito Santo, o senador Renato Casagrande é mais cauteloso do que Campos, seu colega de partido. “Temos de aumentar o financiamento para a saúde. Mas não sei se o único caminho é a criação de mais um imposto”, observou Casagrande. “Mas serei a favor daquilo que a gente decidir em conjunto”, disse o socialista.
O senador Marconi Perillo (PSDB), recém-eleito governador de Goiás, garantiu que manterá a posição contrária à criação de um imposto para a saúde, apesar da escassez de recursos para o setor. “Sou contra o aumento de impostos. Estarei à disposição para colaborar com a presidente Dilma, desde que não seja aumento ou criação de impostos. A carga tributária brasileira é alta”, disse o tucano, um dos que votaram contra a manutenção da CPMF, há três anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.