Base de defesa antimísseis dos EUA integrada à estrutura da Otan é inaugurada na Polônia
Instalação militar foi considerada "símbolo" da relação entre os países
Agência de Notícias
Publicado em 13 de novembro de 2024 às 12h58.
Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 13h00.
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, inaugurou oficialmente nesta quarta-feira, 13, a base de defesa antimísseis dos Estados Unidos em Redzikowo, no norte do país, chamando-a de “uma espécie de símbolo” das relações entre os países.
Durante a cerimônia, Duda enfatizou que “a partir do momento em que uma base de defesa antimísseis dos EUA for construída aqui, o mundo inteiro verá claramente que esta não é mais a esfera de influência da Rússia”, e afirmou que “se em algum lugar do mundo houver um país insatisfeito por ter militares americanos, que eles venham até nós, nós sempre os receberemos com alegria”.
O ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, descreveu a entrada em operação da base como um “marco” na defesa contra mísseis e disse que “a Polônia faz parte da melhor e mais eficaz defesa aérea da Otan”.
Já o ministro das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, lembrou que a assinatura do acordo para a construção da base ocorreu em 2008, poucos dias após a invasão da Rússia na Geórgia, e enfatizou que a instalação, construída apesar das mudanças de governo em Varsóvia e Washington, é um “monumento” à aliança entre Polônia e EUA.
O embaixador dos EUA na Polônia, Mark Brzezinski, também presente na entrevista coletiva, enfatizou a importância da base para a Otan e elogiou a decisão da Polônia de gastar 4,7% do seu PIB em defesa, o que ele disse ser “um modelo para outros membros da Aliança”.
A base, que abriga o sistema antimísseis Aegis Ashore, faz parte do escudo de defesa antimísseis europeu dos EUA, que também inclui uma base semelhante em Deveselu, na Romênia, um radar na Turquia e um centro de comando na Alemanha.
O sistema foi projetado há mais de uma década para combater a ameaça de mísseis balísticos do Irã e a decisão de construí-lo foi tomada durante a presidência de Barack Obama em 2009, quando a principal preocupação era o desenvolvimento do programa nuclear iraniano.
Alguns analistas questionam a real utilidade da base de Redzikowo no contexto atual e, por exemplo, o especialista em geopolítica Marek Swierczynski disse à Agência EFE que a base é, “até certo ponto, uma ‘relíquia de uma era anterior’”, pois “foi projetada para (enfrentar) a ameaça do Irã, não da Rússia, e isso tem suas consequências”.
De acordo com o especialista, neste momento seria necessário “redefinir o papel da base”, cujos mísseis SM-3 IIA têm eficácia “questionável” contra possíveis ataques de Rússia ou Belarus.