Bandeira invertida coloca Suprema Corte dos EUA em apuros
O jornal The New York Times publicou uma foto de janeiro de 2021 de uma bandeira americana invertida na frente da casa do juiz conservador Samuel Alito, de 74 anos, nos arredores de Washington
Agência de notícias
Publicado em 17 de maio de 2024 às 18h54.
A presença de uma bandeira dos Estados Unidos invertida—símbolo das falsas acusações de fraude eleitoral em 2020—na casa de um membro da Suprema Corte em 2021 gerou suspeitas sobre essa instituição justamente quando precisa se pronunciar sobre a imunidade penal reivindicada pelo ex-presidente Donald Trump .
O jornal The New York Times publicou, na quinta-feira, 16, uma foto de janeiro de 2021 de uma bandeira americana invertida na frente da casa do juiz conservador Samuel Alito, de 74 anos, nos arredores de Washington.
Este se tornou um símbolo de protesto político e foi utilizado para expressar apoio às alegações de Trump de que as eleições de 2020 teriam sido "roubadas" dele.
Em resposta por e-mail ao jornal, Alito disse que "não teve nada a ver com o hasteamento da bandeira" em sua casa, que foi sua esposa quem a colocou lá em reação a uma iniciativa "ofensiva" no jardim de um vizinho.
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O influente senador democrata Dick Durbin, chefe do comitê judicial, afirmou que a bandeira invertida "cria uma aparência de parcialidade".
"A Corte se encontra em uma crise ética pela qual é a única responsável, e o juiz Alito e seus colegas deveriam fazer tudo ao seu alcance para recuperar a confiança da opinião pública", declarou em comunicado.
Ao canal MSNBC, outro senador democrata, Richard Blumenthal, pediu ao presidente da Suprema Corte, John Roberts, que obrigue Alito e seu colega, Clrence Thomas, a se absterem nos casos envolvendo Trump.
Thomas ignorou até agora os apelos para se retirar desses casos devido ao envolvimento de sua esposa na campanha para impugnar os resultados das últimas eleições presidenciais.
A popularidade e a confiança no mais alto tribunal americano caíram depois das decisões que tomou para retroceder em conquistas dos anos 1960 e 1970, em particular o direito federal ao aborto.
Thomas e Alito também são alvos de críticas por terem recebido presentes de bilionários republicanos.
Em novembro, a Suprema Corte adotou um código de conduta, mas não conseguiu abafar as críticas.