Banco do Japão mantém juros virtualmente em zero
No Japão, as taxas de juros estão entre 0% e 0,1% desde 5 de outubro, após uma decisão inesperada do BOJ para combater a deflação e impulsionar o crescimento
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2010 às 05h10.
Tóquio - O Banco do Japão (BOJ) manteve nesta terça-feira as taxas de juros virtualmente em zero e o ambicioso plano de compra de ativos, com a intenção de reativar a economia do país asiático, informou o organismo emissor.
A decisão foi adotada por unanimidade pelo comitê monetário do BOJ ao término de uma reunião de dois dias realizada em Tóquio.
As taxas de juros estão no Japão entre 0% e 0,1% desde 5 de outubro, após uma decisão inesperada da entidade financeira japonesa para lutar contra a deflação e impulsionar o crescimento econômico no país.
O banco também assinalou em comunicado que "seguirá comprando progressivamente vários ativos e financiará fundos a longo prazo através do programa de 35 trilhões de ienes".
O organismo decidiu em outubro passado adquirir uma maior variedade de ativos para injetar liquidez no sistema, mediante um programa gradual de 35 trilhões de ienes (R$ 713,3 bilhões), a fim de estender sua política de flexibilização monetária.
O BOJ também indicou nesta terça-feira que a economia japonesa "crescerá lentamente por um tempo", mas deve depois retomar o caminho da recuperação moderada, impulsionada por um novo crescimento econômico mundial, liderado pelas economias emergentes e exportadoras de matérias-primas.
No entanto, o BOJ alertou sobre o possível impacto negativo no desenvolvimento do Japão como consequência das preocupações sobre a situação das economias dos Estados Unidos e Europa.
O problema que mais preocupa a economia do Japão é a deflação, que já está há mais de 20 meses consecutivos ameaçando o crescimento do país, além da valorização do iene frente ao dólar.
O BOJ espera que o Produto Interno Bruto (PIB) japonês cresça 2,1% no atual ano fiscal, que conclui em março de 2011, e que a inflação vá se estabelecendo na economia japonesa no ano que vem. EFE