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Banco da Inglaterra prepara-se para eventual ruptura do euro

Mecanismos de contingência já foram implementados para proteger as instituições financeiras do país

Euros (Philippe Huguen/AFP)

Euros (Philippe Huguen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 14h22.

Londres - O Banco da Inglaterra está tomando medidas para apoiar os bancos britânicos caso haja uma ruptura na zona do euro, segundo confirmou nesta terça-feira seu vice-governador, Charlie Bean, que qualificou a situação da moeda única como 'preocupante'.

Como medida de precaução diante dessa eventualidade, a instituição colocou em funcionamento mecanismos de contingência aos quais poderá recorrer no caso de o contágio pôr em perigo instituições financeiras do país, explicou Bean.

'Não quero falar de probabilidades a respeito de uma ruptura, mas está claro que a situação é preocupante. Em algum momento, algum país pode concluir que estaria melhor fora da zona do euro do que dentro', declarou Bean à emissora britânica 'BBC'.

O 'número dois' do Banco da Inglaterra advertiu, no entanto, que essa opção seria 'muito complicada' para quem a escolhesse e lembrou que o Reino Unido também não ficaria 'imune' aos efeitos de uma redução dos integrantes da zona do euro.

Em um cenário negativo como esse, Bean indicou que os bancos britânicos ficariam 'seriamente expostos' às perdas das entidades financeiras francesas e alemãs.

'Nessas circunstâncias, ofereceríamos empréstimos temporários aos bancos que sofressem dificuldades. Temos vários mecanismos e acabamos de introduzir um novo há duas semanas como medida de precaução. Ele não é necessário por enquanto, mas se tivermos problemas, estará lá', explicou.

Bean indicou ainda que foi recomendado às instituições financeiras que acumulem capital reduzindo uma parte dos benefícios distribuídos em forma de dividendos ou incentivos para que tenham ao que recorrer para enfrentar situações de crise.

Durante a entrevista à 'BBC', Bean também previu que o crescimento da economia britânica para os próximos seis meses será quase inexistente, razão pela qual não descartou que o país possa entrar em recessão.

No entanto, afirmou confiar que uma possível e aguda queda da inflação poderá estimular o consumo e, consequentemente, marcar o início de um novo crescimento em meados de 2012, coincidindo com os Jogos Olímpicos de Londres.

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