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Ban defende resolução diplomática na Síria

Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, fez uma chamada para defender a resolução diplomática na Síria, ao invés da militar

Ban Ki-moon: "demos uma oportunidade à paz, demos uma oportunidade à diplomacia", afirmou (Michael Kooren/Reuters)

Ban Ki-moon: "demos uma oportunidade à paz, demos uma oportunidade à diplomacia", afirmou (Michael Kooren/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 08h52.

Haia - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez uma chamada nesta quarta-feira para defender a resolução diplomática na Síria, ao invés da militar, e pediu tempo para que os observadores da ONU possam terminar suas analises sobre o suposto uso de armas químicas pelo regime do presidente Bashar al-Assad.

"Demos uma oportunidade à paz, demos uma oportunidade à diplomacia", afirmou Ban em Haia, onde participa da celebração do primeiro centenário da abertura do Palácio da Paz, sede da Corte Internacional de Justiça (CIJ), considerada o principal órgão judicial da ONU.

O diplomata sul-coreano declarou que a via militar não é uma solução viável na Síria e acrescentou: "A lógica militar nos deixou um país à beira da destruição total e (por isso) devemos explorar todos os caminhos para a negociação".

"Por que acrescentar mais lenha ao fogo", completou Ban em sua chamada a uma solução diplomática na Síria.

O chefe das Nações Unidas também pediu à comunidade internacional permitir que o Conselho de Segurança da ONU "use sua autoridade para a paz".

Além disso, Ban ressaltou que a equipe de observadores da ONU que investiga o suposto ataque químico nos arredores de Damasco necessita "de tempo para fazer seu trabalho".

Isso porque, os observadores entraram hoje na região de Guta Oriental, próxima à capital, após ter adiado essa visita por questões de segurança.


Ban condenou "o uso das armas químicas sob qualquer circunstância", ressaltando que tal medida é "uma violação atroz da lei internacional", e denunciou a "situação catastrófica" que a Síria atravessa com um conflito que já gerou a morte de "mais de 100 mil pessoas".

A comemoração do centenário do Palácio da Paz se produz em um momento no qual todos os olhares estão em direção à Síria, onde os observadores da ONU investigam se o regime de Damasco utilizou armas químicas em um ataque realizado na última semana contra posições rebeldes nos arredores de Damasco.

No entanto, países como os Estados Unidos, França e Reino Unido já expressaram sua disposição em intervir no país em resposta a esse ataque, uma medida que pode se tornar realidade antes da divulgação das conclusões da missão das Nações Unidas.

Em seu discurso na abertura da cerimônia, Barnard Bot, o presidente da Fundação Carnegie, que administra o Palácio da Paz, fez referência à "complexidade" da conjuntura internacional atual em comparação com o momento no qual o Palácio de Justiça foi criado, em uma referência direta, entre outros assuntos, ao conflito na Síria.

"O mundo se mostra muito mais complexo (...) e muitos países vivem ameaças que não vêm de fora, mas de dentro, como ocorre na Síria", afirmou o ex-ministro holandês das Relações Exteriores.

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