Gaza: pesquisadores pedem às forças de segurança que limitem o uso deste tipo de armamento (Khaled Kamel/AFP)
AFP
Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 10h54.
Última atualização em 19 de dezembro de 2017 às 11h01.
Uma vítima em cada 37 de bala de borracha disparada por uma arma específica para esta munição morre por causa dos ferimentos, segundo pesquisadores americanos, que pedem às forças de segurança que limitem o uso deste tipo de armamento.
O estudo, publicado pela revista médica britânica BMJ Open, analisa 26 artigos que reportam 1.984 casos de feridos, "a maioria jovens adultos" e homens, entre 1990 e 2007 (manifestações, distúrbios, eventos esportivos, motins, prisões, entre outros). Exclui aqueles que foram atingidos levemente e que não precisaram de assistência médica.
Deste grupo, 53 pessoas (3%) "morreram em decorrência dos ferimentos". A maior parte delas apresentava feridas abertas (56%) e quase um quarto delas (23%), contusões.
Entre os feridos, 71% eram graves, a maior parte "na epiderme ou nas extremidades" (mãos e pés). Em quase um a cada seis (15,5%) o impacto provocou alguma incapacidade permanente, a maioria das vezes na cabeça ou no pescoço (principalmente, perdendo um olho) ou no tórax.
Os casos procediam de lugares muito variados: Israel e os territórios palestinos, Reino Unido, Estados Unidos, Turquia, Índia, Nepal e Suíça.
Os fabricantes vendem essas balas como meios dissuasórios, planejados para causar dores e ferimentos leves, sempre e quando uma certa distância for respeitada.
No entanto, para os investigadores, estas não parecem ser "um meio [...] adaptado para operações de controle de multidões". "Este tipo de bala, em particular, deveria ser objeto de restrições [...] É necessário estabelecer diretrizes internacionais de maneira urgente [...] para impedir feridas, casos de incapacidades e mortes inúteis".