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Baixa fecundidade reduz população jovem em Portugal

Até 2060 o país deve seguir a tendência de grande queda populacional de crianças e adolescentes e não há previsão de que a situação seja revertida

Fecundidade: em 2015, o país registrou uma média de 1,3 filhos por mulher (sxc.hu/SXC)

Fecundidade: em 2015, o país registrou uma média de 1,3 filhos por mulher (sxc.hu/SXC)

AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 15h49.

Estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE) mostra que entre os anos de 1960 e 2060, o país vai apresentar uma redução de aproximadamente 2 milhões de crianças e adolescentes devido às baixas taxas de fecundidade.

Entre as razões para a baixa fecundidade estão o acesso a métodos contraceptivos cada vez mais seguros; o aumento da escolaridade obrigatória; o aumento da idade média do casamento e do nascimento do primeiro filho; a permanência dos filhos na casa dos pais até mais tarde; e a dificuldade dos jovens de acesso a empregos.

De acordo com o estudo Crianças e Adolescentes em Portugal, realizado pela pesquisadora Maria José Carrilho, até 2060 Portugal deve seguir a tendência de grande queda populacional de crianças e adolescentes e não há previsão de que a situação seja revertida nos próximos 50 anos.

Na década de 1960, o número de habitantes portugueses com menos de 18 anos era de 3 milhões. Em 2011, este número havia caído para 1,9 milhões, representando um decréscimo de aproximadamente 1,2 milhão de crianças.

Em 1960, Portugal tinha uma taxa de fecundidade de 3,2 crianças por mulher. Já em 2014, a taxa caiu para 1,2. Em 2015, o país registrou um leve aumento, com uma média de 1,3 filhos por mulher.

A partir do ano de 1982, o país passou a ficar abaixo do chamado "nível de reposição", de 2,1 filhos por mulher. Portugal é, portanto, um país de baixa fecundidade, com taxas bastante inferiores ao necessário para substituir as presentes gerações. No Brasil, país que também está abaixo do nível de reposição, a taxa era de 1,74 em 2014.

Atualmente Portugal tem um total de 10,3 milhões de habitantes, pouco mais do que o estado de Pernambuco, que tem 9,2 milhões.

Apesar da redução do número de crianças e adolescentes, a nação lusa registrou uma tendência crescente da população total nos últimos 50 anos. A população total cresceu, durante esse período, 18,8%, sobretudo devido à mudança de sentido dos fluxos migratórios e ao aumento no número de pessoas idosas provocado pela maior longevidade.

A expectativa de vida em Portugal vem aumentando continuamente e está em 80,4 anos. As mulheres têm expectativas de vida de 83,2 anos e os homens, de 77,3 anos.

Nos últimos dez anos, mais de 316 mil pessoas entraram na faixa etária dos idosos (65 anos ou mais), contra uma redução de mais de 208 mil jovens (com menos de 15 anos), segundo dados divulgados em junho do ano passado pelo INE.

Brasil

A taxa de fecundidade da população brasileira registrou queda de 18,6% entre 2004 e 2014, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, que usa números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Na década passada, as mulheres brasileiras tinham em média 2,14 filhos, número que caiu para 1,74 em 2014. Já a expectativa de vida do brasileiro era de 75,5 anos, em 2015, segundo o IBGE.

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