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Bachelet diz estar "chocada" por morte de militar detido na Venezuela

O capitão Acosta Arévalo foi levado a um tribunal militar acusado de conspirar contra Maduro, e teria saído de lá com sinais de tortura

Michelle Bachelet: Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos visitou recentemente a Venezuela e se encontrou com o presidente Nicolás Maduro (Manaure Quintero/Reuters)
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AFP

Publicado em 1 de julho de 2019 às 19h37.

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos Michelle Bachelet declarou nesta segunda-feira (1) que se sentiu "chocada" pela morte de militar que teria sido torturado enquanto estava detido na Venezuela, acusado de envolvimento numa tentativa de golpe de Estado contra Nicolás Maduro. "Estou chocada pela suposta tortura do capitão Acosta Arévalo e pelo fato da causa da morte poder estar ligada ao tratamento que recebia enquanto estava sob custódia", informou Michelle Bachelet através de um comunicado.

"Recordo às autoridades venezuelanas que são responsáveis pela vida e a integridade física e psicológica de todas as pessoas privadas de liberdade", acrescentou.

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Segundo o gabinete da Alto Comissária, o capitão de corveta Rafel Acosta Arévalo foi detido em 21 de junho por indivíduos armados não identificados, antes de ser dado por desaparecido durante uma semana. "Dado que sua família e seus advogados não foram informados sobre seu paradeiro, apesar das reiteradas solicitações, este caso pode constituir um desaparecimento forçado, proibido pelo direito internacional", divulgou o gabinete.

No dia 28 de junho, o capitão foi levado a um tribunal militar, junto com outros quatro oficiais e dois ex-agentes de segurança, acusados de conspirar para assassinar o presidente Nicolás Maduro.

De acordo com o gabinete de, citando o advogado de Acosta Arévalo, ele foi levado ao juiz "numa cadeira de rodas", era incapaz de falar e mostrava sinais de tortura. O juiz o enviou a um hospital militar, onde morreu nas primeiras horas de 29 de junho. "Apesar das várias solicitações, nem a família nem o advogado tiveram acesso ao corpo", acrescentou o gabinete de Bachelet.

A ex-presidente do Chile, que foi torturada pela polícia política do ditador chileno Augusto Pinochet na década de 1970, visitou Caracas entre 19 e 21 de junho.

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