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Avião com diplomatas russos expulsos e suas famílias deixa os EUA

As expulsões fazem parte do pacote de sanções ordenadas na quinta-feira pelo presidente Barack Obama nas semanas finais de sua administração

Rússia: o governo americano acusa a Rússia de "hackear" e divulgar e-mails do Partido Democrata (Mark Thompson/Getty Images)

Rússia: o governo americano acusa a Rússia de "hackear" e divulgar e-mails do Partido Democrata (Mark Thompson/Getty Images)

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AFP

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 09h54.

Um avião com os 35 diplomatas russos expulsos dos Estados Unidos por suposta ingerência de Moscou nas eleições presidenciais americanas, em novembro, decolou na noite de domingo de Washington, informaram meios de comunicação oficiais russos e o Departamento de Estado.

"O avião decolou, todo mundo está a bordo", informou a embaixada russa em Washington, citada pela agência estatal RIA Novosti.

Parentes dos diplomatas também viajavam no avião, fretado especialmente por Moscou para transportar um total de 96 passageiros.

As expulsões fazem parte do pacote de sanções ordenadas na quinta-feira pelo presidente em fim de mandato Barack Obama nas semanas finais de sua administração.

"Posso confirmar que 35 diplomatas russos declarados persona non grata deixaram os Estados Unidos, juntamente com seus familiares", indicou à AFP um porta-voz do Departamento de Estado.

Descritos como agentes de Inteligência baseados na embaixada russa de Washington e no consulado de San Francisco, os diplomatas receberam na quinta-feira uma notificação, segundo a qual tinham 72 horas para deixar o país.

Concretamente, o governo americano acusa a Rússia de "hackear" e divulgar e-mails do Partido Democrata e da equipe de sua candidata derrotada à Presidência, Hillary Clinton.

O Kremlin rejeita "categoricamente" estas "acusações infundadas" e acusa Washington de querer "destruir definitivamente" suas relações com Moscou.

Putin surpreendeu na sexta-feira, ao afirmar que não responderá na mesma moeda, uma decisão aplaudida pelo sucessor de Obama, o republicano Donald Trump.

"Não vamos expulsar ninguém (...) Não vamos cair em uma diplomacia irresponsável", ressaltou Putin em um comunicado.

O presidente eleito americano, que será empossado em 20 de janeiro, expressou várias vezes suas dúvidas sobre a descoberta dos serviços de Inteligência e diz saber de "coisas que os demais desconhecem" sobre a situação.

O bilionário busca se aproximar de Moscou e em sua conta do Twitter elogiou as habilidades de Putin.

"Grande jogada de adiamento (de Vladimir Putin) - Sempre soube que ele era muito inteligente", escreveu o futuro presidente americano.

A reação do magnata republicano indignou a oposição democrata e membros de seu partido.

O ex-candidato republicano à presidência e ex-agente da CIA, Evan McMullin, lamentou que Trump "se alinhe do lado do maior inimigo dos Estados Unidos, inclusive quando ataca nossa democracia".

O democrata Adam Schiff, membro da Comissão de Inteligência da câmara baixa, disse ironicamente que Putin "é inteligente" porque "pode obter tudo o que quer de Donald Trump apenas bajulando-o". "Triste e perigoso", advertiu no Twitter.

Putin justificou sua decisão alegando que prefere esperar que Trump assuma o poder no dia 20 de janeiro, embora tenha ressaltado que seu país se reserva "o direito de tomar medidas de represália" e "restaurará as relações russo-americanas em função da política do presidente eleito".

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