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Avançam negociações para Otan entrar na operação na Líbia

Países ainda discutem se a organização deve passar a comandar as ações áereas na Líbia

Avião ataca a Líbia: a França não quer a Otan no comando da operação (AFP)

Avião ataca a Líbia: a França não quer a Otan no comando da operação (AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2011 às 14h33.

Bruxelas - Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deram sequência nesta quarta-feira às discussões sobre o papel da Aliança nas operações militares contra o regime líbio de Muammar Kadafi, favorecidas pelas negociações entre França, Reino Unido e Estados Unidos que acordaram um papel "chave", mas não preponderante para o organismo.

Pelo sexto dia consecutivo, os embaixadores aliados estão reunidos em Bruxelas para tentar estabelecer uma fórmula que satisfaça a todos os países-membros.

A Otan é considerada por uma maioria de países como o ator adequado para assumir o controle da zona de exclusão aérea que impôs uma coalizão sobre a Líbia, mas as reservas de alguns aliados por motivos diferentes frearam um acordo.

"Os aliados seguem consultando se ativam o plano estipulado e como definem o papel da Otan na aplicação da zona de exclusão determinada pela ONU. Não se tomou nenhuma decisão", declarou nesta quarta-feira em entrevista coletiva a porta-voz da organização, Oana Lungescu.

Segundo ele, as conversas ocorrem em uma "atmosfera positiva", que contrastaria com as tensões registradas nos últimos dias, como relatam diversas fontes.

Lungescu insistiu que, uma vez aprovados nesta terça-feira todos os planos militares, a Otan "está preparada para agir quando for necessário".

Nos últimos dias, o desejo de vários países de transferir o mais rápido possível o comando das operações à Aliança Atlântica se viu dificultado, entre outros, pela França, que prefere manter a liderança das ações fora da organização.

Paris, que propôs uma "direção política" formada pelos países que decidiram aplicar a resolução do Conselho de Segurança da ONU, defende que os estados árabes não devem ficar fora.

Após as conversas mantidas nesta terça-feira entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, o americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, ganha força a opção de separar o comando político do militar.

O ministro de Exteriores francês, Alain Juppé, ressaltou nesta quarta-feira em Paris que a Otan não exercerá a "direção política" da coalizão internacional, mas intervirá como "instrumento de planejamento e de condução operacional" para aplicar a zona de exclusão aérea.

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