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Autoridades libertam último opositor detido em protestos

Autoridades ucranianas libertaram o último dos 234 opositores detidos durante as grandes manifestações registradas na Ucrânia há quase três meses


	Manifestantes tomam a Praça da Independência: no entanto, os processos penais e administrativos contra a maioria dos manifestantes libertados seguirão
 (Vasily Fedosenko/Reuters)

Manifestantes tomam a Praça da Independência: no entanto, os processos penais e administrativos contra a maioria dos manifestantes libertados seguirão (Vasily Fedosenko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 11h43.

Kiev - As autoridades ucranianas libertaram o último dos 234 opositores detidos durante as grandes manifestações registradas na Ucrânia há quase três meses, informou nesta sexta-feira a Procuradoria Geral do país.

No entanto, os processos penais e administrativos contra a maioria dos manifestantes libertados seguirão adiante até que a oposição cumpra as condições da lei de anistia aprovada pelo Parlamento no final de janeiro.

"Se cumprirem as condições, como a liberação dos edifícios bloqueados e das vias públicas para o transporte, as procuradorias e os tribunais poderão iniciar o arquivamento dos processos penais já a partir da próxima semana (18 de fevereiro). Todos os casos serão encerrados", declarou o procurador-geral da Ucrânia, Viktor Pshonka, em entrevista coletiva.

Os três partidos da oposição e várias organizações radicais rejeitam esta anistia, aprovada pela maioria governista, e também se negam a deixar os edifícios públicos invadidos desde o início dos protestos em novembro do ano passado, entre eles o da Prefeitura de Kiev.

Neste contexto, o líder opositor Vitali Kovalchuk, vice-presidente do grupo parlamentar do partido UDAR, advertiu hoje o governista partido das Regiões que uma eventual candidatura à presidência do governo será rejeitada por toda a oposição.

"Se o partido das Regiões e o presidente (Viktor Yanukovich) propõem sua candidatura (...), será um sinal que não estão prontos para resolver a crise política", disse o ex-boxeador opositor Vitali Klitschko.

No entanto, em janeiro, depois que os manifestantes opositores voltaram às ruas de Kiev e que o governo liderado por Mikola Azarov renunciou, Yanukovich ofereceu o Executivo a Arseni Yatseniuk - líder do principal partido opositor, Batkivshina.

A vice-presidência primeira deste governo também foi oferecida ao próprio Klistchko, mas ambos os opositores rejeitaram a oferta do presidente ucraniano.

A atual crise na Ucrânia foi iniciada ainda no final de novembro do último ano, depois que Yanukovich adiasse a assinatura do Acordo de Associação negociado com a União Europeia.

Dois meses mais tarde, com o centro de Kiev tomado permanentemente por milhares de manifestantes opositores, o governo aprovou um pacote de leis repressivas, o qual foi respondido com violência pelos manifestantes mais radicais, que enfrentavam os homens da polícia antidistúrbios.

Seis pessoas morreram nos confrontos e centenas ficaram feridas, enquanto um processo de negociações entre as autoridades e a oposição resultou a renúncia do governo do primeiro-ministro Nikolai Azarov e a revogação das polêmicas leis.

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