Autor do atropelamento na França dá amostras de delírio
O promotor explicou que o interrogatório do suspeito está sendo "muito complicado", já que as declarações são "incoerentes"
EFE
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 15h35.
Paris - O autor do atropelamento que ontem matou uma menina de 12 anos e feriu outras 13 pessoas, algumas em estado grave, dá amostras de delírio, segundo disseram nesta terça-feira os investigadores, que descartaram "totalmente" a hipótese terrorista.
Os primeiros interrogatórios a este homem de 32 anos colocaram em evidência "um verdadeiro delírio de perseguição", destacou em entrevista coletiva o promotor adjunto de Meaux, Éric de Valroger, que indicou que a análise feita deu positivo para o consumo de entorpecentes.
Valroger explicou que esse interrogatório está sendo "muito complicado", já que as declarações são "incoerentes", pois afirmou ter consumido uma grande quantidade de medicamentos, primeiro disse para se suicidar, e depois para dormir -, ao mesmo tempo que se mostra "muito confuso sobre o carro".
De qualquer forma, insistiu que "foi descartada totalmente" uma motivação terrorista.
Na tarde de sábado, o detido jogou seu carro contra uma pizzaria de Sept-Sorts, cerca de 40 quilômetros de Paris , na qual havia aproximadamente 30 pessoas e, ainda que tentou dar marcha à ré para escapar, mas os clientes do estabelecimento o impediram e ele foi rapidamente detido.
Além da menina morta, cinco pessoas ficaram gravemente feridas, entre elas um irmão desta menina de 3 anos, que teve de ser levado ontem à noite de helicóptero para um hospital de Paris.
O promotor disse na tarde de hoje que o menino não corre perigo de morte, mas segue temendo pela vida de uma mulher de 44 anos.
O autor do atropelamento, morador de Ferté sous Jouarre, próximo a Sept-Sorts, será apresentado amanhã perante o juiz no marco da investigação aberta pelas acusações de "homicídio agravado" (pela vítima mortal ter menos de 15 anos), "tentativa de homicídio agravado" (entre os feridos também há mais menores) e "condução sob os efeitos de entorpecentes".
Segundo o testemunho do próprio detido - que trabalhava como vigilante, mas estava há meses de licença -, quis jogar seu carro contra essa pizzaria porque era de fácil acesso e não havia nenhuma proteção.
O autor do crime afirmou não ter nenhum problema com o proprietário do estabelecimento e desconhecer os clientes que estavam no local naquele momento.
A revista na casa do autor do atropelamento serviu para confirmar, como ele mesmo tinha indicado, que é um grande consumidor de medicamentos. A esse respeito, o autor também apontou que desde a adolescência consumia drogas.
O representante do Ministério Público não quis confirmar a identidade que circulou em vários meios de comunicação (David Patterson), mas apontou que seu único antecedente era por condução sob os efeitos do álcool em 2010.