Ausentes na Assembleia da ONU, Putin e Xi marcam bilateral em Pequim em outubro
Em meio a tensões com o Ocidente, líderes russo e chinês moldam agendas externas para reforçar oposição
Agência de notícias
Publicado em 20 de setembro de 2023 às 09h39.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin , anunciou, nesta quarta-feira, que viajará à China em outubro, a convite do líder chinês, Xi Jinping. Em disputa aberta com o Ocidente em campos distintos, Moscou e Pequim moldaram suas agendas internacionais ao longo do mês para reforçar a oposição ao bloco liderado pelos EUA.
— Tive o prazer de aceitar o convite de Xi Jinping para visitar a China em outubro — disse Putin durante uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal russa.
- Presidente da China não vai à assembleia da ONU; vice representará o país
- Gastos de famílias nos EUA aceleram e crescem 5,5% ao ano em agosto
- Acompanhe ao vivo o discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU; veja horário
- Brasil vence o Peru por 3 a 0 pelo Pré-Olímpico de vôlei feminino
- Erdogan pede a Musk instalação de fábrica Tesla na Turquia
- Lula vai ter encontro com Zelenski em NY durante assembleia da ONU
Fique por dentro das últimas notícias no Telegram da Exame. Inscreva-se gratuitamente
Encontros multilaterais
Tanto Putin quanto Xi evitaram os grandes encontros multilaterais com presença de Washington e seus principais aliados. Após se encontrarem na cúpula do Brics, na África do Sul, e ampliar o bloco com alguns rivais americanos, como o Irã, os líderes não-alinhados não compareceram nem ao G20, na Índia, e nem à Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Ao passo que não compareciam ao encontro em Nova Délhi, Putin e Xi receberam em seus países alguns dos líderes mais questionados pelo Ocidente — Kim Jong-un e Nicolás Maduro, respectivamente. O encontro de Putin e Kim, sobretudo, foi marcado por um forte discurso anti-Ocidente.
Desde o início da guerra na Ucrânia, analistas têm apontado a tendência da Rússia se tornar cada vez mais dependente economicamente da China, uma das maiores economias do mundo que não avaliza as sanções e embargos impostos por Washington. Pouco antes da guerra estourar, Pequim e Moscou anunciaram uma "parceria sem limites" entre os dois países