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Ativistas bombardeiam Ban Ki-moon com críticas à Rio+20

"O que vemos aqui não é o mundo que queremos, é um mundo em que as corporações poluidoras e aqueles que destroem o meio ambiente dominam", disse membro do Greenpeace

Secretário-geral da ONU Ban Ki-moon: Os ativistas fecharão na sexta-feira a Cúpula dos Povos com uma assembleia para aprovar o documento com as críticas à Rio+20 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2012 às 16h23.

Rio de Janeiro - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, recebeu nesta sexta-feira 36 ativistas ambientais e sociais participantes da Cúpula dos Povos que expressaram sua "frustração" com a falta de resultados concretos na Rio+20 e prometeram mobilizações globais.

"A Rio+20 foi decepcionante. Para os 175 milhões de membros de organizações que representamos há um profundo sentimento de raiva e frustração. Não há prazos, não há medidas concretas, não temos nenhuma garantia (...) e para o meio ambiente, estamos andando para trás", disse Sharon Burrow, membro da Confederação Sindical Internacional (CSI), após a reunião.

O documento final para preservar o meio ambiente e combater a pobreza que será aprovado por líderes nesta sexta-feira é "abstrato e não corresponde à realidade", disse a jornalistas Kumi Naidoo, do Greenpeace International.

"O que vemos aqui não é o mundo que queremos, é um mundo em que as corporações poluidoras e aqueles que destroem o meio ambiente dominam", completou.

Uma das principais críticas das organizações é que o texto final prevê uma transição para a chamada "economia verde" que preserve os recursos naturais e leve em conta a necessidade de erradicar a pobreza - conceito visto pelos ativistas como um disfarce para mais uma etapa da acumulação capitalista.

"Gostaríamos que ele (Ban) tivesse mais ambição e abrisse mais espaços de diálogo e participação para mudar radicalmente este documento, que não expressa o que os povos querem (...). A Rio +20 foi uma passagem, infelizmente, frustrante", declarou Iara Pietricovsky, ativista brasileira que liderou a comissão.


Ban, por outro lado, lançou uma mensagem de paz.

"A sociedade civil tornou-se parte integrante da preparação e das deliberações da Rio+20 (...). Vocês ajudaram a manter o foco nas aspirações das pessoas", disse Ban no início do encontro.

"Agradeço sua liderança e sua valiosa contribuição para moldar o mundo que queremos", completou o secretário-geral.

Na breve reunião, os ativistas entregaram a Ban o rascunho de um documento com suas críticas à declaração final negociada esta semana por 191 países na cúpula da ONU Rio+20 sobre Desenvolvimento Sustentável.

A previsão é que o acordo seja ratificado sem mudanças nesta sexta-feira pelos líderes mundiais reunidos no Rio de Janeiro.

"A ONU não está representando os interesses dos povos na medida em que os atores que causaram a crise são os mesmos que propõem as soluções", disse Darci Frigo, um ativista brasileiro dos direitos humanos.

Organizada pela sociedade civil paralelamente à conferência oficial, a Cúpula dos Povos foi iniciada há uma semana com a participação de cerca de 50.000 ativistas, indígenas, estudantes e religiosos.

"Quando tentamos resolver um problema, não podemos usar a mesma lógica que nos levou ao problema", criticou Naidoo.

Desde que começou, a Rio+20 foi alvo de críticas devido aos poucos avanços obtidos no documento mundial, o qual os ambientalistas consideram "fraco" e levou a diversos protestos, como o de quarta-feira, quando 20.000 pessoas marcharam pelas ruas do centro do Rio.

Os ativistas fecharão na sexta-feira a Cúpula dos Povos com uma assembleia para aprovar o documento com as críticas à Rio+20, e prometeram novos protestos por uma "alternativa".

"Dissemos a Ban que vamos nos mobilizar. Os líderes mundiais devem sentir a pressão das pessoas dizendo que querem uma alternativa, um modelo econômico diferente", declarou Burrow.

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Rio de Janeiro - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, recebeu nesta sexta-feira 36 ativistas ambientais e sociais participantes da Cúpula dos Povos que expressaram sua "frustração" com a falta de resultados concretos na Rio+20 e prometeram mobilizações globais.

"A Rio+20 foi decepcionante. Para os 175 milhões de membros de organizações que representamos há um profundo sentimento de raiva e frustração. Não há prazos, não há medidas concretas, não temos nenhuma garantia (...) e para o meio ambiente, estamos andando para trás", disse Sharon Burrow, membro da Confederação Sindical Internacional (CSI), após a reunião.

O documento final para preservar o meio ambiente e combater a pobreza que será aprovado por líderes nesta sexta-feira é "abstrato e não corresponde à realidade", disse a jornalistas Kumi Naidoo, do Greenpeace International.

"O que vemos aqui não é o mundo que queremos, é um mundo em que as corporações poluidoras e aqueles que destroem o meio ambiente dominam", completou.

Uma das principais críticas das organizações é que o texto final prevê uma transição para a chamada "economia verde" que preserve os recursos naturais e leve em conta a necessidade de erradicar a pobreza - conceito visto pelos ativistas como um disfarce para mais uma etapa da acumulação capitalista.

"Gostaríamos que ele (Ban) tivesse mais ambição e abrisse mais espaços de diálogo e participação para mudar radicalmente este documento, que não expressa o que os povos querem (...). A Rio +20 foi uma passagem, infelizmente, frustrante", declarou Iara Pietricovsky, ativista brasileira que liderou a comissão.


Ban, por outro lado, lançou uma mensagem de paz.

"A sociedade civil tornou-se parte integrante da preparação e das deliberações da Rio+20 (...). Vocês ajudaram a manter o foco nas aspirações das pessoas", disse Ban no início do encontro.

"Agradeço sua liderança e sua valiosa contribuição para moldar o mundo que queremos", completou o secretário-geral.

Na breve reunião, os ativistas entregaram a Ban o rascunho de um documento com suas críticas à declaração final negociada esta semana por 191 países na cúpula da ONU Rio+20 sobre Desenvolvimento Sustentável.

A previsão é que o acordo seja ratificado sem mudanças nesta sexta-feira pelos líderes mundiais reunidos no Rio de Janeiro.

"A ONU não está representando os interesses dos povos na medida em que os atores que causaram a crise são os mesmos que propõem as soluções", disse Darci Frigo, um ativista brasileiro dos direitos humanos.

Organizada pela sociedade civil paralelamente à conferência oficial, a Cúpula dos Povos foi iniciada há uma semana com a participação de cerca de 50.000 ativistas, indígenas, estudantes e religiosos.

"Quando tentamos resolver um problema, não podemos usar a mesma lógica que nos levou ao problema", criticou Naidoo.

Desde que começou, a Rio+20 foi alvo de críticas devido aos poucos avanços obtidos no documento mundial, o qual os ambientalistas consideram "fraco" e levou a diversos protestos, como o de quarta-feira, quando 20.000 pessoas marcharam pelas ruas do centro do Rio.

Os ativistas fecharão na sexta-feira a Cúpula dos Povos com uma assembleia para aprovar o documento com as críticas à Rio+20, e prometeram novos protestos por uma "alternativa".

"Dissemos a Ban que vamos nos mobilizar. Os líderes mundiais devem sentir a pressão das pessoas dizendo que querem uma alternativa, um modelo econômico diferente", declarou Burrow.

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