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Atirador e soldado mortos na área do Parlamento do Canadá

Polícia canadense matou um atirador, enquanto um soldado baleado no parlamento do país não resistiu aos ferimentos


	Polícia e equipes médicas removem uma pessoa ferida no parlamento do Canadá
 (Michel Comte/AFP)

Polícia e equipes médicas removem uma pessoa ferida no parlamento do Canadá (Michel Comte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 09h42.

Ottawa - A polícia canadense matou nesta quarta-feira um atirador no Parlamento em Ottawa, enquanto um soldado baleado nas proximidades do prédio não resistiu aos ferimentos e faleceu quando era socorrido, no último de uma série de ataques que elevaram o alerta de terrorismo.

O centro de Ottawa foi totalmente isolado. "Uma das vítimas do tiroteio morreu dos ferimentos recebidos. Era membro das forças canadenses", informou a polícia.

O autor dos disparos foi identificado como Michael Zehaf-Bibeau, um canadense de 32 anos considerado pelos serviços de Inteligência como "um viajante de alto risco", cujo passaporte havia sido confiscado recentemente, revelou a imprensa canadense.

O militar morto montava guarda diante de um monumento próximo ao Parlamento. Foi levado com vida para o hospital, mas faleceu quando era atendido na emergência.

Segundo um porta-voz da Polícia, outras duas pessoas sofreram "ferimentos menores" no incidente.

Após os disparos, dezenas de agentes de segurança foram enviados ao monumento, ao Parlamento e aos arredores de um shopping center.

De acordo com testemunhas, um homem de barba atirou contra o soldado e, em seguida, roubou um veículo para se dirigir à entrada do Parlamento, em um perímetro reservado a veículos autorizados e da polícia.

O homem entrou no prédio principal do Parlamento e um pouco mais tarde, houve uma grande detonação, seguida de um tiro disparado pela polícia, revelam imagens feitas por um jornalista do "Globe and Mail".

"Um homem entrou correndo no Parlamento. Ele foi perseguido por policiais armados com fuzis que gritavam para que todos se protegessem", relatou Marc-André Viau, um funcionário do Parlamento que acredita ter ouvido "cerca de 20 disparos de arma automática".

O primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, que se encontrava no Parlamento no momento do tiroteio foi retirado em segurança do local - revelou seu porta-voz, Jason McDonald.

Os líderes da oposição, Thomas Mulcair do NPD (esquerda) e Justin Trudeau, do Partido Liberal, também foram levados para locais seguros.

Harper afirma que Canadá não será intimidado

Ao comentar o ataque, Harper garantiu que "o Canadá jamais será intimidado" pelas "organizações terroristas", e afirmou que os serviços de Segurança vão "redobrar" os esforços, após o assassinato de dois soldados em três dias.

Harper prometeu a seus compatriotas que "esses gestos nos levarão a aumentar nossa determinação e a redobrar nossos esforços e os das nossas agências de Segurança Nacional.

Ao recordar o atropelamento proposital de dois soldados, na segunda-feira - um dos quais morreu - na região de Montreal, o primeiro-ministro assinalou que os "fatos desta semana nos recordam tristemente que o Canadá não está a salvo deste tipo de ação terrorista".

As duas ações foram cometidas justamente na semana em que o Canadá enviou seus primeiros aviões para bombardear objetivos do grupo jihadista Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

O presidente americano, Barack Obama, conversou por telefone com Harper sobre o tiroteio no Parlamento, informou o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest.

O presidente francês, François Hollande, revelou que se mantém informado sobre o desenrolar dos acontecimentos na capital canadense e expressou "a total solidariedade da França ao Canadá" - segundo o comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu.

Durante o tiroteio, os habitantes do centro de Ottawa foram instruídos a ficar longe das janelas, pois, de acordo com a Gendarmerie Real (Polícia Federal) do Canadá, um dos agressores estaria "provavelmente" no telhado do Parlamento.

Atiradores de elite foram deslocados para os telhados próximos, especialmente no Museu de Belas Artes.

As bases militares foram fechadas, e os soldados entraram de prontidão, segundo a imprensa.

As autoridades já haviam aumentado na terça-feira o nível de alerta terrorista de baixo para médio, pela primeira vez desde 2010.

Além disso, as forças aéreas do país e dos Estados Unidos foram colocadas em estado de alerta para "serem capazes de responder rapidamente" a qualquer incidente que possa ocorrer no espaço aéreo - declarou um funcionário americano que pediu para não ser identificado.

Na segunda-feira, um homem foi morto após atropelar dois soldados canadenses em um supermercado 40 km ao sudeste de Montreal, segundo a polícia, que informou que o agressor tinha contatos com grupos extremistas.

O rapaz lançou seu carro contra os militares no estacionamento de um supermercado na cidade de Saint-Jean sur Richilieu, em Québec. Ele fugiu em seguida. Alguns quilômetros adiante, o agressor perdeu o controle do veículo e caiu em uma vala. O incidente aconteceu antes do meio-dia (horário local).

Uma testemunha contou que o motorista levava uma faca e ameaçou os policiais antes de sair do carro. Os agentes atiraram várias vezes no suspeito, que morreu.

O indivíduo, de 25 anos, tinha antecedentes e, segundo um boletim de Inteligência, estava em contato com grupos radicais.

Em um comunicado, a polícia relatou que o suspeito foi alvo de investigação das "autoridades federais, incluindo nossa equipe de Investigações de Segurança Nacional Integrada em Montreal".

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