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Ataques xenofóbicos na África do Sul deixam 10 mortos e 423 detidos

Joanesburgo enfrenta uma onda de saques em comércios gerenciados por estrangeiros desde o último domingo (1)

África do Sul: mais de 400 pessoas foram presas durante durante os ataques (Marius Bosch/Reuters)

África do Sul: mais de 400 pessoas foram presas durante durante os ataques (Marius Bosch/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 16h58.

Joanesburgo — Os saques e distúrbios de origem xenofóbica que vêm ocorrendo na África do Sul desde o último domingo já deixaram dez mortos e 423 detidos, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira pelas autoridades do país.

"Sabemos que pelo menos dez pessoas morreram nesta violência e que duas são estrangeiras. Não há ira, frustração e ofensa que possam justificar esses atos de destruição gratuita e de criminalidade", afirmou o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em mensagem televisionada.

"Não há desculpa para os ataques a residências e empresas de estrangeiros, assim como não há desculpa para nenhum tipo de xenofobia ou qualquer forma de intolerância", destacou o mandatário, cujo país viu sua reputação ser abalada internacionalmente justamente quando sediava o Fórum Econômico Mundial para a África, na Cidade do Cabo.

Os saques e distúrbios mais graves aconteceram no domingo e na terça-feira em diversas áreas de Joanesburgo e de Pretória.

Na tarde de hoje, a situação aparentemente é de calma, mas ontem à noite houve alguns episódios violentos no leste de Johanesburgo. As autoridades da província de Gauteng, onde fica a cidade, confirmaram hoje um total de 423 detidos por envolvimento com os incidentes.

Os principais alvos dos ataques foram comércios gerenciados por estrangeiros, culminando em fortes críticas por parte de outros países do continente africano, instituições e personalidades.

As maiores tensões aconteceram com a Nigéria, país no qual a África do Sul teve hoje que, por precaução, fechar suas sedes diplomáticas diante de possíveis represálias da população.

Também aconteceram protestos contra a violência xenofóbica sul-africana em países como Zâmbia e República Democrática do Congo (RDC), além de empresas sul-africanas como a telefônica MTN, a audiovisual Multichoice e a rede de supermercados ShopRite, que fecharam suas lojas em vários países.

O futebol também foi afetado por conta dos distúrbios, já que Zâmbia cancelou um amistoso contra os sul-africanos previsto para o último sábado, em Lusaka.

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