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Ataque a peregrinação de cristãos deixa 7 mortos e 19 feridos no Egito

Os milicianos muçulmanos abordaram os fiéis que estavam caminhando até o monastério ao sul do Cairo

Egito: uma filial do Estado Islâmico do norte da Península do Sinai afirmou ter participação no ataque (Anadolu Agency/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 16h42.

Cairo - Três ônibus com peregrinos cristãos foram emboscados por milicianos muçulmanos na sexta-feira 2 a caminho de um monastério ao sul do Cairo, no Egito , deixando sete mortos e 19 feridos. Os agressores usaram uma estrada alternativa de terra para alcançar os fiéis, que estavam chegando ao monastério no momento do ataque.

Uma filial do Estado Islâmico do norte da Península do Sinai afirmou ter participação no ataque, considerando-o uma vingança pela prisão das "nossas irmãs puras", sem elaborar.

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No domingo, forças policiais egípcias anunciaram ter matado 19 milicianos em um tiroteio, incluindo os suspeitos de participar do ataque. De acordo com o ministro do Interior do Egito, que supervisiona a polícia, os 19 milicianos estavam em um esconderijo no deserto da província de Minya, onde aconteceu o ataque de sexta-feira, e eles abriram fogo quando viram que estavam cercados por forças de segurança. Ele não disse quando o tiroteio aconteceu ou como foram confirmados que os mortos estavam envolvidos no ataque de sexta-feira.

Aida Shehata, que levou um tiro nas pernas, afirmou que homens mascarados abriram fogo de diferentes direções nos três ônibus. Dois foram capazes de acelerar e chegar ao monastério, mas os milicianos pararam o terceiro e mataram o motorista e outras seis pessoas, incluindo o marido e cunhado de Aida. "O motorista tentou ir para o monastério, mas eles (os agressores) foram mais rápidos", disse à TV Coptic.

O papa Francisco condenou o ataque e pediu que os fiéis da Praça de São Pedro rezassem pelas sete pessoas mortas. O papa disse que estava rezando pelos "peregrinos mortos pelo mero fato de serem cristãos."

Histórico

O ataque de sexta-feira é o segundo desse tipo a ter como alvo os peregrinos a caminho do monastério de São Samuel, o Confessor, em muitos anos. O ataque anterior, de maio de 2017, deixou quase 30 mortos. Por anos, o grupo terrorista Estado Islâmico está em guerra na Península do Sinai e ao longo da fronteira do deserto egípcio com a Líbia.

No ano passado, o último ataque foi o mais recente em uma série mortal que tinha como alvo igrejas do Cairo, de Alexandria e de Tanta, ao norte da capital. Todos os ataques de autoria confirmada pelo EI deixaram no mínimo 100 pessoas mortas e levaram a um esquema de segurança mais restrita em lugares de culto cristão.

Os cristãos do Egito, que somam 10% da população de 100 milhões, reclamam de discriminação em um país majoritariamente islâmico. A Igreja se aliou ao presidente Abdel Fattah al-Sissi quando ele, como Ministro da Defesa, tirou do poder por meio de golpe militar o presidente muçulmano Mohamed Morsi, em 2013.

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