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Associação vê folga para maior mistura de biodiesel no país

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, é possível aumentar a quantidade do combustível verde no diesel devido ao crescimento da produção

Usina de biodiesel: Abiove diz que investimentos continuam crescendo no setor (Arquivo/EXAME)

Usina de biodiesel: Abiove diz que investimentos continuam crescendo no setor (Arquivo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2011 às 15h53.

São Paulo - Com a safra de soja batendo recordes e com perspectivas de a produção crescer novamente na nova safra (2011/12), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) avalia que o Brasil teria folga para ampliar a mistura de biodiesel no diesel em meio a investimentos crescentes no setor.

Atualmente, cerca de 80 por cento do biodiesel produzido no Brasil é feito a partir de óleo de soja --a mistura atual é de 5 por cento de biodiesel no diesel.

"Do ponto de vista da oferta, poderia aumentar para 5 a 6 milhões de toneladas (a produção de óleo para biodiesel), hoje está em torno de 2,5 milhões", declarou Carlo Lovatelli, presidente da Abiove, à Reuters, em um intervalo do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2011 e 2012, promovido pela BM&FBovespa e pelo Ministério da Agricultura.

"Não haveria aperto na oferta de matéria-prima", acrescentou.

Ele disse ainda que a indústria tem direcionado mais os investimentos para ampliar a capacidade de produção de biodiesel, como é o caso de recentes anúncios da Bunge e da Cargill, além das novas unidades de empresas menores, o que deve possibilitar eventual aumento da mistura, se o governo assim decidir.

Ao comentar uma redução na capacidade ociosa da indústria de soja de 35 para cerca de 25 por cento no último ano, ele declarou que o biodiesel tem sido fundamental.

"O biodiesel está ajudando, passou a ser um negócio expressivo do setor... novas fábricas estão sendo inauguradas," disse, ressaltando que o a indústria não deixou de fazer óleo para a alimentação.

"Não estamos deixando de fazer comida, estamos fazendo os dois", declarou.

Para Lovatelli, diante dos bons preços no mercado internacional, o Brasil pode continuar ampliando a sua produção.

Questionado sobre o tamanho da nova safra, ele afirmou: "71 a 72 milhões de toneladas, mas com viés para subir." A safra que o Brasil terminou de colher há pouco está estimada pela Conab em pouco mais de 73 milhões de toneladas. Mas analistas avaliam que a área plantada na nova temporada poderá crescer, permitindo um aumento da produção se o clima também colaborar.

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