Mundo

Assange pede proteção do Equador contra EUA

"Os apelos dos poderosos dos Estados Unidos por sanções econômicas contra o Equador simplesmente por defender meus direitos são errados e injustos", declarou


	Julien Assange: ele dirigiu palavras de agradecimento ao país que o acolheu em sua representação diplomática, em 19 de junho, antes de lhe conceder o asilo, em 16 de agosto
 (AFP/Leon Neal)

Julien Assange: ele dirigiu palavras de agradecimento ao país que o acolheu em sua representação diplomática, em 19 de junho, antes de lhe conceder o asilo, em 16 de agosto (AFP/Leon Neal)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 20h26.

Londres - O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, pediu esta quinta-feira a seus partidários que defendam o Equador das ingerências dos Estados Unidos, em um discurso inédito do balcão da embaixada do país sul-americano em Londres, onde ele está refugiado há seis meses.

"Os apelos dos poderosos dos Estados Unidos por sanções econômicas contra o Equador simplesmente por defender meus direitos são errados e injustos", declarou o ativista australiano, de 41 anos, diante de uma centena de partidários e quase o mesmo número de jornalistas reunidos perante um sofisticado edifício de tijolos vermelhos enfeitado com decorações natalinas.

"O presidente Correa disse com razão que os princípios equatorianos não estão à venda. Devemos nos manter unidos para defender o povo do Equador de uma intervenção em sua economia e de uma interferência em suas eleições" presidenciais de fevereiro de 2013, acrescentou o ex-hacker.

Assange dirigiu palavras de agradecimento ao país que o acolheu em sua representação diplomática, em 19 de junho, antes de lhe conceder o asilo, em 16 de agosto, ao considerar fundamentados os temores de uma eventual extradição aos Estados Unidos.

"Há seis meses entrei neste edifício. Virou minha casa, meu escritório e meu refúgio. Graças à postura de princípios do governo do Equador e do apoio de seu povo, estou seguro nesta embaixada e posso falar com vocês", afirmou em sua segunda manifestação pública neste período.

"Embora minha liberdade seja limitada, posso continuar trabalhando e me comunicando, ao contrário dos 232 jornalistas que estão na prisão esta noite", acrescentou em outro momento de seu discurso, que teve 10 minutos de duração.


Assange lembrou que, apesar de tudo o que ocorreu, 2012 foi um ano muito importante para o WikiLeaks, site especializado na divulgação de informações sigilosas, que difundiu "quase um milhão de documentos", incluindo alguns sobre a guerra na Síria. E prometeu pelo menos o mesmo número para 2013.

"O WikiLeaks já tem mais de um milhão de documentos que estão sendo preparados para ser difundidos", disse antes de informar que são documentos que "afetam cada país neste mundo".

Assange se refugiou na embaixada para evitar uma extradição iminente à Suécia como suspeito de quatro supostos crimes sexuais, por temor de que o país escandinavo seja apenas uma escala para sua entrega aos Estados Unidos, onde poderia ser condenado pela divulgação de documentos secretos.

Seu caso continua sem solução, enquanto o Equador tenta obter um salvo-conduto ou garantias de que não haverá segunda extradição caso seja enviado à Suécia.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEquadorEstados Unidos (EUA)Julian AssangePaíses ricosPersonalidadesWikiLeaks

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos