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Assange acusa presidente francês de "punhalada pelas costas"

Para Assange, com a recusa a conceder o asilo, Hollande quis "mostrar firmeza" e "demonstrar lealdade" aos Estados Unidos


	O fundador do WikiLeaks, Julian Assange: "De certa maneira, sua resposta foi uma punhalada pelas costas", disse Assange
 (Geoff Caddick/AFP)

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange: "De certa maneira, sua resposta foi uma punhalada pelas costas", disse Assange (Geoff Caddick/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 11h27.

O fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, que vive há três anos na embaixada do Equador em Londres, acusou o presidente francês François Hollande de "punhalada pelas costas" depois da rejeição, em julho, de uma demanda de asilo na França.

"Aconteceram contatos diretos entre François Hollande e eu. SMS trocados por meio de meu conselheiro jurídico francês. Havia sinais promissores enviados pelo presidente francês", afirma em entrevista à revista francesa Society.

"Hollande não rejeitava a comunicação, a estimulava", disse.

A presidência francesa não comentou as afirmações.

"De certa maneira, sua resposta foi uma punhalada pelas costas", disse Assange, que questiona o que levou Hollande "a mudar de opinião entre os primeiros contatos e a resposta pública final".

Para Assange, com a recusa a conceder o asilo, Hollande quis "mostrar firmeza" e "demonstrar lealdade" aos Estados Unidos e Reino Unido.

O fundador do Wikileaks fez o pedido de maneira informal em uma longa carta aberta publicada em 3 de julho pelo jornal Le Monde. Ele afirma que apresentou a solicitação depois de ter recebido publicamente o apoio da ministra francesa da Justiça, Christiane Taubira.

A ministra afirmou em 26 de junho que "não seria chocante" receber Assange na França. Mas a hipótese foi descartada no dia seguinte pelo primeiro-ministro Manuel Valls.

Assange, acusado de estupro na Suécia, está refugiado há mais de três anos na embaixada equatoriana de Londres.

O australiano teme que uma vez na Suécia seja extraditado aos Estados Unidos, cujo governo se viu muito prejudicado diplomaticamente pelas revelações do WikiLeaks a partir de 2010, quando foram publicados 500.000 documentos confidenciais sobre o Iraque e o Afeganistão, além de 250.000 telegramas diplomáticos americanos.

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