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As regiões que estão na linha de frente dos desastres climáticos

Mapa mundial do risco mostra exposição e vulnerabilidade dos países à fúria de eventos extremos, como furacões, tempestades e secas severas

Ajuda nos EUA após passagem do Irma em outubro de 2017. (Ministry of Defence-Gerben van Es/Reuters)

Ajuda nos EUA após passagem do Irma em outubro de 2017. (Ministry of Defence-Gerben van Es/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 8 de novembro de 2017 às 11h06.

São Paulo - Furacões, incêndios, secas severas, enchentes e outros eventos extremos estão em ascensão em todo o mundo, causando perdas humanas e materiais irreparáveis. Mas não é apenas a fúria da natureza que determina a extensão dos prejuízos. As condições socioeconômicas de um lugar e sua capacidade de responder de forma rápida e eficaz ao desastre são tão importantes quanto.

A boa notícia é que, na média mundial, a vulnerabilidade dos países a eventos naturais extremos diminuiu. Atualmente, o mundo está melhor preparado para os riscos naturais, como ciclones ou terremotos, do que há cinco anos, revela o relatório WorldRiskIndex, apresentado durante a COP23, conferência climática da ONU que acontece em Bonn, na Alemanha.

Porém, se em escala global os países estão mais preparados para lidar com desastres naturais, eles também estão cada vez mais expostos à ocorrência desses fenômenos perigosos, indica o relatório, que avaliou os riscos de um evento natural extremo causar danos em 171 países. Entre 2011 e 2016, período analisado, houve um aumento acentuado na ocorrência de eventos climáticos extremos, como fortes tempestades e enchentes.

A análise de cinco anos mostra que as regiões sob maior risco de sofrer prejuízos com desastres estão na América Central, África, Sudeste Asiático e Oceania. Na comparação mundial, o risco de perda e danos é mais alto na Oceania e mais baixo na Europa. Como já observado em estudos anteriores, as mudanças climáticas tendem a atingir com mais força as populações mais pobres e vulneráveis.

Em setembro deste ano, o furacão Irma varreu Cuba e as ilhas caribenhas, deixando um rastro de destruição no caminho, um sinal do quão expostas as nações insulares estão a esses eventos. Sem uma estratégia de longo prazo e medidas de adaptação e mitigação aos efeitos perigosos das mudanças climáticas, milhares de famílias serão condenadas a um futuro incerto.

O WorldRiskIndex baseia-se em quatro indicadores para estimar o risco aos desastres naturais em 171 países:

  • exposição a perigos naturais, como terremotos, furacões, enchentes, seca e aumento do nível do mar.
  • vulnerabilidade dependente de infraestrutura, segurança alimentar, condições socioeconômicas, acesso a serviços de saúde.
  • capacidade de resposta dos governos, medidas de segurança e alertas contra desastres.
  • capacidade de adaptação para evitar ou mitigar os efeitos de desastres naturais e eventos climáticos extremos.
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