As opções para formar o próximo governo britânico
Levando em conta que a Câmara dos Comuns é composta por 650 deputados, é necessário ter 326 deputados para alcançar a maioria absoluta
AFP
Publicado em 9 de junho de 2017 às 09h52.
As eleições legislativas britânicas não deram a maioria absoluta a nenhum partido, abrindo as portas para várias combinações de governo, embora nenhuma se traduza em uma maioria clara e sólida.
Levando em conta que a Câmara dos Comuns é composta por 650 deputados, matematicamente é necessário ter 326 deputados para alcançar a maioria absoluta.
Mas, na prática, a este número são somados os deputados do Sinn Fein da Irlanda do Norte, que nunca assumem as suas cadeiras, o porta-voz da Câmara e seus três adjuntos, que tampouco participam das votações, reduzindo a lista para dominar o Parlamento.
Com o resultado apurado em 648 das 650 circunscrições, estas são as possíveis combinações:
Governo de minoria conservadora
Conservadores = 317 cadeiras
Em um Parlamento sem maioria, um governo pode permanecer em seu lugar até que a Câmara rechace o seu programa ou perca uma moção de confiança.
A matemática indica que os conservadores poderiam tentar seguir adiante sozinhos e iniciar as negociações de separação com a União Europeia, mas teriam que ir com muito cuidado e moderar bastante as suas propostas.
Acordo dos conservadores + DUP
Conservadores (317) + DUP (10) = 327
O Partido Democrático Unionista (DUP) da Irlanda do Norte, aliado tradicional dos conservadores, é abertamente pró-Brexit e manifestou estar disposto a fazer o necessário pelo bem do Reino Unido e da Irlanda do Norte.
Acordo dos conservadores + liberal democratas
Conservadores (317) + Liberal democratas (12) = 329
Repetir a coalizão que governou o Reino Unido entre 2010 e 2015 é improvável, dado que custou aos liberais democratas perder mais de 40 deputados nas eleições de dois anos atrás.
Aliança progressista liderada pelos trabalhistas
Trabalhistas (261) + SNP (35) + Liberal democratas (12) + Sinn Fein (7) + Plaid Cymru (4) + Verdes (1) = 320
É a única possibilidade viável para os trabalhistas de superar os conservadores, mas que os coloca diante de uma questão: estes afirmam que não querem governar em coalizão, o que significaria acordar o apoio pontual de todas estas forças para cada lei.