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As capas de Charlie Hebdo que causaram a ira em extremistas

Jornal francês é conhecido por suas charges ácidas e irreverentes. É também notório pelo tom provocativo com o qual trata de temas como religião e política

Cartunista do Charlie Hebdo segura uma capa do jornal (Getty Images)

Cartunista do Charlie Hebdo segura uma capa do jornal (Getty Images)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 16h04.

São Paulo – O jornal semanal francês Charlie Hebdo é conhecido por suas charges ácidas e irreverentes. E também pelo tom provocativo com o qual trata de diferentes temas, como religião e política.

A publicação descende de uma revista satírica publicada nos anos 60 chamada “Hara Kiri”. Esta última teve sua circulação banida em 1970 por conta de uma capa que tratava da morte do então presidente francês Charles de Gaulle e que foi considerada ofensiva pelo governo.

Em 1981, Charlie Hebdo encerrou suas atividades, mas foi reaberto cerca de dez anos depois. Já em 2006, ganhou notoriedade ao publicar as famosas charges de Maomé produzidas por um jornal dinamarquês e que fizeram eclodir protestos da comunidade muçulmana em todo o planeta.

O jornal foi processado, mas não condenado, e ganhou um puxão de orelha do presidente do país na época Jaques Chirac. A publicação respondeu ao chamado do governo com uma carta assinada por jornalistas, escritores e intelectuais que se posicionaram contra o extremismo religioso.

Pouco depois, em 2011, a sede do jornal foi alvo de um atentado terrorista logo no dia seguinte a publicação de uma capa que novamente retratava Maomé e dizia “cem chibatadas se você não estiver morto de rir.” Naquela edição, o jornal mudou o nome para “Charia Hebdo”, numa brincadeira com a palavra “sharia”, nome que se dá para as leis islâmicas.

No ano seguinte, outra capa de Charlie Hebdo causou a ira dos extremistas e fez com que a França decidisse por fechar embaixadas e escolas francesas espalhadas pelo mundo.

No calor causado pelo filme “A inocência dos muçulmanos”, o jornal publicou uma charge na qual mostrava um muçulmano sendo empurrado em uma cadeira de rodas por um judeu ortodoxo.

“Nosso objetivo é fazer rir”, contou para a revista The New Yorker Laurent Léger, um dos jornalistas de Charlie Hebdo. “Queremos rir dos extremistas, sejam eles muçulmanos, judeus ou católicos. Todo mundo pode ser religioso, mas não podemos aceitar atos extremistas”, disse ele.

Veja nas imagens algumas das capas, com os textos traduzidos livremente para o português, que causaram polêmica por todo o mundo e aborreceram os religiosos. 

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