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Arqueólogos mexicanos descobrem torre asteca feita com crânios humanos

Crânios correspondem na maioria a homens, mas também foram identificados ossos femininos e pelo menos três de crianças

Cidade do México: estima-se que a estrutura tenha sido erguida entre 1486 e 1502 (INAH/Reuters)
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AFP

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 20h36.

Última atualização em 11 de dezembro de 2020 às 20h46.

Escavações arqueológicas na Cidade do México descobriram a fachada externa e a face leste da tzompantli, a torre de crânios humanos erguida durante o império asteca, informaram as autoridades nesta sexta-feira, 11.

Esta é a segunda descoberta sobre a tzompantli, de 4,7 metros de diâmetro, depois que em agosto de 2015 a estrutura foi localizada nos trabalhos arqueológicos onde se erguia o Templo Maior da Grande Tenochtiltán, a cidade dos astecas, hoje centro da capital mexicana.

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"Na seção leste da torre foram visualizados, superficialmente, 119 crânios humanos, que se somam aos 484 identificados anteriormente", destaca um comunicado da Secretaria de Cultura e o Instituto de Antropologia.

Em um vídeo publicado pelas autoridades, observam-se vários crânios dispostos em forma circular, unidos por pedra e terra, e se chega a distinguir detalhes em alguns.

A descoberta desta estrutura, que se estima que tenha sido erguida entre 1486 e 1502, corresponde a relatos sobre a mesma feita por conquistadores espanhóis, como Hernán Cortés e Bernardo Díaz del Castillo.

A "tzompantli é, sem dúvida, uma das descobertas arqueológicas mais impactantes dos últimos anos no nosso país, pois é um testemunho importante do poderio e da grandeza que alcançou o México-Tenochtitlan", destacou a secretária de Cultura, Alejandra Frausto.

Os crânios correspondem na maioria a homens, mas também foram identificados ossos femininos e pelo menos três de crianças nesta face leste.

Segundo especialistas citados no comunicado, a tzompantli é "um edifício de vida mais do que de morte", já que na Mesoamérica o sacrifício de seres humanos era uma forma de manter vivos deuses e dar continuidade à existência.

Mas admitem que também "era uma declaração de poder e princípios bélicos", pois se acredita que alguns crânios eram de guerreiros inimigos e que a tzompantli era mostrado aos adversários do império asteca como forma de advertência.

A estrutura foi erguida em homenagem a Huitzilopochtli, a maior divindade asteca.

A Grande Tenochtitlán foi fundada por volta de 1325 pelos astecas, que dominaram vários povoados pré-hispânicos até que em 1521 caíram ante os conquistadores espanhóis, que destruíram a maior parte da última etapa em construção do muro de crânios.

Por décadas, o centro histórico foi rico em descobertas arqueológicas, como a majestosa pedra talhada da deusa Coyolxauhqui, descoberta em 1978, quando trabalhadores instalavam cabos subterrâneos.

Debaixo da Catedral Metropolitana estão restos do Templo Maior e da quadra do jogo de bola mesoamericano. Em um flanco, o visitante pode percorrer parte destes vestígios.

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