Peru: o Ministério da Cultura do Peru e a Sociedade Geográfica Nacional patrocinam as pesquisas (Greg Ma/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 19h40.
Lima - Dois barcos de guerra de 400 anos de antiguidade que afundaram no oceano Pacífico depois de serem atacados por um almirante holandês e piratas poderão voltar a ver a luz se os investigadores no Peru conseguirem recuperá-los do fundo do mar.
Detectores de metais, magnetômetros e memórias indicam que os barcos, parte de uma frota que defendeu a coroa espanhola quando o Peru era uma colônia, estão 150 quilômetros ao sul de Lima, revelou o pesquisador e historiador Jorge Ortiz na segunda-feira.
O Santa Ana e o San Francisco, que levavam mais de 300 homens, afundaram em 1615 depois que o oficial da Marinha holandesa e pirata Joris Van Spilbergen os atacou durante a Guerra dos 80 Anos, ou Guerra dos Flandres, entre Espanha e as rebeldes províncias dos Países Baixos.
Após a batalha no Peru, Van Spilbergen navegou até o norte e lançou ataques no México e mais tarde nas Filipinas.
Ortiz disse que a recuperação das embarcações servirá para conhecer melhor a vida marítima durante o Vice-Reino do Peru, território que incluía grande parte da América do Sul.
Outros navios do mesmo período foram destruídos por um terremoto e um tsunami em 1746.
O Ministério da Cultura do Peru e a Sociedade Geográfica Nacional patrocinam as pesquisas. Ortiz disse que provavelmente poderão ser recuperados fragmentos dos barcos, artilharia, munição, cristais e cerâmicas, mas não um tesouro naufragado.
"Não há ouro nem prata", garantiu em relação às especulações sobre o possível tesouro que os barcos transportavam. "Mas encontraremos provas de incalculável valor sobre nossa história e nossa cultura." (Reportagem de Mitra Taj)