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Armênia acusa Turquia de manter negação de genocídio

A Armênia rejeitou as condolências apresentadas pela Turquia e exigiu reconhecimento e arrependimento pelo genocídio sofrido há 99 anos

Mulher coloca vela em homenagem a intelectuais armênios que foram deportados na guerra: genocídio foi sofrido há 99 anos sob o Império Otomano (Ozan Kose/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2014 às 17h46.

Erevan - A Armênia , que lembra nesta quinta-feira o genocídio sofrido há 99 anos sob o Império Otomano, rejeitou as condolências apresentadas pela Turquia e exigiu de Ancara reconhecimento e arrependimento.

O presidente armênio, Serge Sarkisian, acusou a Turquia de "manter a política de negação total" do genocídio de 1915 na época do Império Otomano, depois de Ancara ter apresentado pela primeira vez "pêsames" pelo massacre.

"O genocídio segue existindo enquanto o sucessor da Turquia otomana mantiver sua política de negação total", afirmou o presidente armênio em um comunicado, divulgado em ocasião dos 99 anos do massacre.

"Estamos convencidos de que a negação de um crime constitui sua continuação direta. Apenas o reconhecimento e a condenação podem impedir que este crime se repita no futuro", completa a nota.

"Nós nos aproximamos do 100º aniversário do genocídio armênio. Isto pode dar à Turquia uma oportunidade de arrependimento e libertação desta pesada carga".

"O ano de 2015 deveria ser o de uma mensagem forte para a Turquia. Sua atitude em relação à Armênia precisa de avanços reais: a abertura das fronteiras e o estabelecimento de reações normais".

Na quarta-feira, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyp Erdogan, manifestou pêsames da Turquia "aos netos dos armênios mortos em 1915" nos ataques contra esta comunidade sob o Império Otomano.


Essa foi a primeira vez que o chefe de Governo turco falou de maneira tão aberta sobre a tragédia ocorrida entre 1915 e 1917, nos últimos anos do Império Otomano, e considerada um genocídio por vários países. Erdogan evitou pronunciar a palavra "genocídio", algo que a Turquia nega categoricamente.

Em ocasião desse aniversário, em um evento em Paris, o presidente francês, François Hollande, viu no gesto da Turquia "uma evolução". As condolências apresentadas à Armênia são "palavras que devem ser ouvidas, mas que ainda não são suficientes". "O que deve ser dito, é o que aconteceu", ressaltou.

A Armênia afirma que até 1,5 milhão de cidadãos foram assassinados durante a I Guerra Mundial (1914-1918). A Turquia afirma que foram entre 300.000 e 500.000 armênios e que a mesma quantidade de turcos morreram quando os armênios se revoltaram contra as autoridades otomanas.

Nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que é necessário um "reconhecimento total, franco e justo" dos fatos vinculados ao massacre cometido na Armênia.

De acordo com um comunicado do presidente americano, o reconhecimento total "é do interesse de todos".

"Os povos e as nações crescem mais fortes e constroem uma base para um futuro mais justo e tolerante ao reconhecerem e levarem em consideração os elementos dolorosos do passado", completa a nota de Obama, que não utiliza o termo "genocídio".

"Nós continuamos aprendendo essa lição nos Estados Unidos, enquanto ainda lutamos para superar alguns dos momentos mais obscuros de nossa história", completou.

"Reconhecemos e elogiamos o número crescente de corajosos armênios e turcos que já seguiram este caminho. E pedimos que outros façam o mesmo com o apoio de seus governos", completou o presidente americano.

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Erevan - A Armênia , que lembra nesta quinta-feira o genocídio sofrido há 99 anos sob o Império Otomano, rejeitou as condolências apresentadas pela Turquia e exigiu de Ancara reconhecimento e arrependimento.

O presidente armênio, Serge Sarkisian, acusou a Turquia de "manter a política de negação total" do genocídio de 1915 na época do Império Otomano, depois de Ancara ter apresentado pela primeira vez "pêsames" pelo massacre.

"O genocídio segue existindo enquanto o sucessor da Turquia otomana mantiver sua política de negação total", afirmou o presidente armênio em um comunicado, divulgado em ocasião dos 99 anos do massacre.

"Estamos convencidos de que a negação de um crime constitui sua continuação direta. Apenas o reconhecimento e a condenação podem impedir que este crime se repita no futuro", completa a nota.

"Nós nos aproximamos do 100º aniversário do genocídio armênio. Isto pode dar à Turquia uma oportunidade de arrependimento e libertação desta pesada carga".

"O ano de 2015 deveria ser o de uma mensagem forte para a Turquia. Sua atitude em relação à Armênia precisa de avanços reais: a abertura das fronteiras e o estabelecimento de reações normais".

Na quarta-feira, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyp Erdogan, manifestou pêsames da Turquia "aos netos dos armênios mortos em 1915" nos ataques contra esta comunidade sob o Império Otomano.


Essa foi a primeira vez que o chefe de Governo turco falou de maneira tão aberta sobre a tragédia ocorrida entre 1915 e 1917, nos últimos anos do Império Otomano, e considerada um genocídio por vários países. Erdogan evitou pronunciar a palavra "genocídio", algo que a Turquia nega categoricamente.

Em ocasião desse aniversário, em um evento em Paris, o presidente francês, François Hollande, viu no gesto da Turquia "uma evolução". As condolências apresentadas à Armênia são "palavras que devem ser ouvidas, mas que ainda não são suficientes". "O que deve ser dito, é o que aconteceu", ressaltou.

A Armênia afirma que até 1,5 milhão de cidadãos foram assassinados durante a I Guerra Mundial (1914-1918). A Turquia afirma que foram entre 300.000 e 500.000 armênios e que a mesma quantidade de turcos morreram quando os armênios se revoltaram contra as autoridades otomanas.

Nesta quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que é necessário um "reconhecimento total, franco e justo" dos fatos vinculados ao massacre cometido na Armênia.

De acordo com um comunicado do presidente americano, o reconhecimento total "é do interesse de todos".

"Os povos e as nações crescem mais fortes e constroem uma base para um futuro mais justo e tolerante ao reconhecerem e levarem em consideração os elementos dolorosos do passado", completa a nota de Obama, que não utiliza o termo "genocídio".

"Nós continuamos aprendendo essa lição nos Estados Unidos, enquanto ainda lutamos para superar alguns dos momentos mais obscuros de nossa história", completou.

"Reconhecemos e elogiamos o número crescente de corajosos armênios e turcos que já seguiram este caminho. E pedimos que outros façam o mesmo com o apoio de seus governos", completou o presidente americano.

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