Arizona reforça segurança em centros de votação com drones e vigilância armada
Eleitores no estado encontram centros eleitorais blindados, com forte esquema de segurança e restrições de acesso
Agência de Notícias
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 16h51.
O estado do Arizona, um dos sete swing-states, foi às urnas nesta terça-feira, 5, sob um forte esquema de segurança, com dezenas de guardas posicionados nos principais centros de votação, além do uso de drones e restrição de acesso.
Uma verdadeira fortaleza foi montada ao redor do edifício de votação e apuração do condado de Maricopa, o maior do Arizona, localizado em Phoenix, onde grupos de policiais estão na entrada para direcionar os eleitores.
Apenas duas portas, uma de entrada e outra de saída, foram habilitadas neste centro de votação, ao qual os eleitores chegam de carro desde a abertura dos centros no estado às 7h, horário local (15h GMT).
Nos arredores, alguns meios de comunicação enfrentam restrição de cerca de 23 metros para capturar imagens e realizar entrevistas com os eleitores. Além disso, o edifício está cercado por muros com arame farpado e veículos de segurança.
Centro de apuração de Maricopa se torna alvo de medidas especiais
O centro de apuração de Maricopa, um condado que pode decidir a eleição presidencial dos EUA e que abriga 60% da população do Arizona, está blindado por medo de novos distúrbios, como os ocorridos nas eleições passadas, quando centenas de apoiadores de Donald Trump exigiram a recontagem de votos após a vitória de Joe Biden.
Em outro centro de votação, localizado no coração do distrito financeiro de Phoenix, o cenário é diferente: embora as restrições de 23 metros permaneçam, os eleitores chegam a pé para votar.
É o caso de Joshua, de 36 anos, que tira uma foto sorridente com o broche de “I voted” (Eu votei) após depositar sua cédula neste pequeno centro.
Democracia e temas sociais impulsionam eleitores
“É especial colocar no poder quem você acredita e apoia. E é liberdade de escolha, de como construir e moldar o país, da forma que você acha melhor”, ele diz à EFE.
Em frente a este pequeno edifício, uma dezena de placas apoiam os democratas. “Salve a democracia”, diz uma delas, mencionando a vice-presidente Kamala Harris e seu companheiro de chapa, Tim Walz.
Outra placa aborda uma questão chave que também está em pauta nas eleições no Arizona: a liberdade reprodutiva das mulheres. Atualmente, o aborto é legal até 15 semanas de gestação, e a Proposta 139, presente nas cédulas eleitorais, busca reconhecer o direito fundamental ao aborto na constituição estadual.
Eleitores buscam direitos e novas lideranças
“O mais importante que motiva meu voto é a decência humana comum e não ser uma pessoa horrível. É aí que está o ponto central, além de dar às mulheres o direito sobre seus próprios corpos”, acrescenta Joshua.
Stephanie González, eleitora méxico-americana de 25 anos, acredita que os EUA estão prontos “para eleger a primeira presidente mulher”. “Acredito que Harris é a pessoa mais preparada nestas eleições, a mais qualificada para o cargo”, afirma.
“Temos muitos problemas em nossas comunidades e acredito que estamos prontos para investir em soluções melhores que abordem os problemas de maneira proativa e pela raiz, ao invés de simplesmente ocultá-los”, conclui Stephanie.