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Argentina perde metade da safra de soja em sua principal região produtora devido à seca

Autoridades esperavam uma produção de soja na região de terras mais férteis (planícies do centro do país) de 19,7 milhões de toneladas

Argentina: O Sissa informou que 55% do país sofre com a falta de água em seus solos (CNA/Wenderson Araujo/Trilux/Agência Brasil)
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AFP

Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 18h54.

A Argentina perdeu metade da safra de soja em sua principal região produtora, a rica pampa úmida, devido à forte seca, informou a Bolsa de Rosario nesta segunda-feira (16).

"Embora se soubesse que seria uma temporada muito difícil por causa da estiagem, o que se vê superou os piores pesadelos dos produtores", explicou a entidade da cidade que concentra o maior polo agroexportador do país, localizada 310 km ao norte de Buenos Aires.

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Autoridades esperavam uma produção de soja na região de terras mais férteis (planícies do centro do país) de 19,7 milhões de toneladas, mas, agora, "está prevista uma produção de 10,7 milhões de toneladas, e o número despenca a cada semana", aponta o relatório. "Há uma queda na área plantada devido à extrema falta de água. Pode haver produtores que não colham nada neste ano. Os prejuízos econômicos serão muito grandes."

Em termos semelhantes, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires também se pronunciou, afirmando que "o prolongamento do fenômeno 'La Niña' (que acarreta déficit de chuvas), que ocorre pela terceira temporada consecutiva, agravou ainda mais a situação".

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O Sistema de Informações sobre Secas do Sul da América do Sul (Sissa) informou que 55% do país sofre com a falta de água em seus solos.

Em números globais do complexo agrícola, as exportações de grãos e derivados chegaram a US$ 43,363 bilhões na safra 2021-2022. As vendas para o exterior "cairão 21% (em 2022-2023) no melhor cenário possível, e 33% no pior", segundo relatório da Bolsa de Cereais divulgado há uma semana. O resultado final dependerá da ocorrência de chuva.

Apenas no caso da soja, a previsão de colheita para a safra atual era de 48 milhões de toneladas, mas pode cair para 41 milhões no melhor cenário, ou até 35,5 milhões de toneladas no pior, segundo o relatório.

A Argentina é um dos maiores exportadores mundiais de grãos, farinhas e óleos de soja. É também um importante fornecedor de milho, trigo e óleo de girassol.

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