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Argentina expropria empresa envolvida em escândalo

O governo argumentou que a expropriação é necessária para o Estado recuperar a capacidade de imprimir cédulas e fabricar moedas


	A CVS está no meio de uma causa judicial que envolve o vice-presidente, investigado por tráfico de influência em favor da companhia
 (Daniel Garcia/AFP)

A CVS está no meio de uma causa judicial que envolve o vice-presidente, investigado por tráfico de influência em favor da companhia (Daniel Garcia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 20h22.

Buenos Aires - O governo argentino formalizou nesta quarta-feira a expropriação da empresa Companhia de Valores Sul-Americana (CVS), especializada na impressão de cédulas de pesos e envolvida num escândalo que atinge o vice-presidente do país, Amado Boudou, segundo lei publicada no Diário Oficial.

A lei 26.721, que declara de utilidade pública a CVS (anteriormente conhecida como Ciccone), foi sancionada pelo Parlamento numa votação relâmpago graças à maioria do governo nas duas câmaras do país.

O projeto de lei foi enviado ao Parlamento no início do mês pelo governo da presidente Cristina Kirchner.

O governo argumentou que a expropriação é necessária para o Estado recuperar a capacidade de imprimir cédulas e fabricar moedas.

A CVS está no meio de uma causa judicial que envolve o vice-presidente, investigado por tráfico de influência em favor da companhia.

Deputados opositores acusaram Boudou de ter favorecido a empresa quando era ministro da Economia. O vice-presidente teria pedido que a Receita não decretasse a quebra da CVS para facilitar sua compra pelo fundo de investimento The Old Fund, dirigido por Alejandro Vandenbroele.

Boudou foi acusado em abril pelo promotor Jorge Di Lello de enriquecimento ilícito, denúncia que também envolve Vandenbroele.

Quando o processo de expropriação tiver terminado, ''a totalidade dos bens (da CVS) passarão a integrar o patrimônio da Sociedade do Estado Casa de Moeda'', diz o quarto artigo da lei.

A Casa da Moeda é o órgão estatal que tem a prerrogativa de imprimir cédulas de pesos, mas a partir dos anos 90 a instituição começou a terceirizar o serviço e progressivamente perdeu a capacidade de fabricar papel-moeda. 

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