Argentina declara Hamas como 'organização terrorista internacional'
Com esta iniciativa, a Argentina, que abriga a maior comunidade judaica da América Latina, alinha-se com a União Europeia, os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido, que também consideram o Hamas uma organização terrorista
Agência de notícias
Publicado em 13 de julho de 2024 às 12h27.
Última atualização em 13 de julho de 2024 às 12h32.
A Argentina declarou o movimento islamista palestino Hamas uma “organização terrorista internacional” pelo ataque de 7 de outubro em Israel e um “extenso histórico de atentados”, anunciou a presidência.
“O grupo Hamas foi declarado pelo Estado argentino como uma organização terrorista internacional”, disse o gabinete do presidente ultraliberal Javier Milei, que se apresenta como um aliado próximo do Estado de Israel, em um comunicado na noite de sexta-feira.
A presidência argentina argumentou que “o Hamas assumiu a responsabilidade pelas atrocidades cometidas durante o ataque a Israel em 7 de outubro”, no qual 1.195 pessoas, a maioria civis, morreram e 251 foram sequestradas por militantes palestinos, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
“Isso se soma a uma extensa história de ataques terroristas em seu nome”, acrescenta o comunicado, enfatizando que “o presidente Javier Milei tem o compromisso inabalável de reconhecer os terroristas pelo que são”.
Com esta iniciativa, a Argentina, que abriga a maior comunidade judaica da América Latina, alinha-se com a União Europeia, os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido, que também consideram o Hamas uma organização terrorista.
“Este Governo reiterou em múltiplas ocasiões a sua convicção de que a Argentina mais uma vez se alinha com a civilização ocidental, respeitando os direitos individuais e as suas instituições”, indica o comunicado.
Guerra Israel e Hamas: veja fotos do conflito
Milei e Israel, uma relação próxima
Milei se declara um fervoroso admirador do Estado Judeu. Sua segunda viagem ao exterior desde que tomou posse foi para Israel, em fevereiro, onde visitou um dos kibutz atacados pelo Hamas em 7 de outubro e disse que Israel tem o direito de se defender do “nazismo do século XXI”.
A resposta militar israelense desde aquele dia deixou mais de 38 mil mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Hamas, que governa o território.
Em Israel, Milei também anunciou sua intenção de transferir a embaixada argentina de Tel Aviv para Jerusalém, e foi visto rezando emocionado no Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado do judaísmo.
Na sua declaração, a Presidência argentina também atacou o “vínculo” do Hamas com o Irã.
Em abril, a Justiça do país sul-americano decidiu que o ataque à embaixada de Israel em Buenos Aires em 1992, que deixou 29 mortos, bem como o ataque à associação judaica AMIA dois anos depois, que deixou 85 mortos, foram determinados pelo Irã.
A Argentina emitiu um pedido de prisão internacional do ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, que a República Islâmica chamou de “ilegal”.
“Estes ataques custaram a vida de mais de 100 cidadãos argentinos”, enfatizou o comunicado presidencial.