Argentina: Crise Colômbia-Venezuela não é assunto do Mercosul
San Juan - A cúpula de mandatários do Mercosul não é o âmbito propício para discutir a crise atual entre Colômbia e Venezuela, disse nesta segunda-feira a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, indicando que a União de Nações Sul-Americanas é o foro adequado para tratar a disputa. A presidente, que está na província argentina de […]
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2010 às 23h48.
San Juan - A cúpula de mandatários do Mercosul não é o âmbito propício para discutir a crise atual entre Colômbia e Venezuela, disse nesta segunda-feira a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, indicando que a União de Nações Sul-Americanas é o foro adequado para tratar a disputa.
A presidente, que está na província argentina de San Juan para presidir a cúpula do bloco econômico sul-americano, também pediu para esperar a posse do presidente colombiano Juan Manuel Santos para poder abordar o conflito com maior perspectiva.
"Acho, primeiro, que não é o âmbito adequado porque o Mercosul é um organismo mais econômico-comercial que outra coisa e nossos debates neste sentido foram feitos muito mais na Unasul e com muito mais efetividade porque é o organismo político que agrupa toda a região", disse ela.
O Mercosul, integrado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, e que tem a Venezuela em processo de adesão, faz em San Juan sua cúpula semestral de presidentes.
Esperava-se que a presença do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na reunião de San Juan estimulasse o bloco sul-americano a debater a nova crise entre Caracas e Bogotá, mas o mandatário desistiu de participar.
O conflito entre as duas nações se intensificou depois que o governo do presidente Álvaro Uribe denunciou que vários guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército da Libertação Nacional (ELN) estão abrigados na Venezuela com a aparente tolerância de Chávez, que em reação rompeu as relações diplomáticas com Bogotá.
A Unasul, no entanto, é integrada pelos países sul-americanos e tem como secretário-geral o ex-presidente argentino e marido de Cristina, Néstor Kirchner.